• Petrópolis poderá ter política para tratamento de depressão pós-parto

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  • 02/07/2020 18:44

    A Câmara Municipal aprovou em primeira discussão nessa quinta-feira (2) projeto de lei para a criação de uma política para tratamento de depressão pós-parto na cidade. A indicação, do vereador Maurinho Branco (DEM), contempla instituições públicas e privadas do município. A intenção é detectar e prevenir a doença, evitando, assim, seu agravamento, além de maximizar esforços para identificação, cadastramento e acompanhamento de mulheres com depressão pós-parto.

    A depressão pós-parto é uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que acontece logo após o parto. Raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais agressiva e extrema da depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto. Traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. A literatura cita efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência.

    “Se não for tratada corretamente e de forma imediata, a depressão pós-parto pode interferir negativamente no vínculo entre mãe-filho e causar problemas familiares, muitos deles irreversíveis. Filhos de mães que têm depressão pós-parto não tratada são mais propensos a ter problemas de comportamento, como dificuldades para dormir e comer, crises de birra e hiperatividade. Os atrasos no desenvolvimento da linguagem são mais comuns também”, explica Maurinho Branco.

    A proposta se baseia nos números do Brasil. Uma pesquisa feita pela Escola Nacional de Saúde Pública, com 23.896 mulheres no período entre 6 e 18 meses depois do parto, apontou que 26,3% apresentaram sinais de depressão. Do total, 20,5% tiveram o primeiro filho, 30,6% eram mães pela segunda vez e 39,8%, pela terceira. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a média brasileira é maior do que a registrada em países como os Estados Unidos e a Austrália, por exemplo.

     

    O Projeto de Lei, que ainda será votado em segunda discussão na Câmara, contempla, também a realização de pesquisas que visem o diagnóstico precoce da depressão pós-parto; a aglutinação de ações e esforços tendentes a maximizar seus efeitos benéficos; evitar ou diminuir as graves complicações para a mulher, decorrentes do desconhecimento do fato de possuir a depressão pós-parto; conscientizar pacientes e pessoas que desenvolvam atividades junto às unidades de saúde estaduais e privadas quanto aos sintomas e à gravidade da doença.

     

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