24/mar 08:28
O transporte público de Petrópolis pode ter uma grande alteração em 2025. Por determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), a Prefeitura terá que realizar ao menos três licitações para escolher novas permissionárias para atuarem na cidade. Uma delas é a das linhas antes operadas pela Cascatinha, que deveria ter sido realizada no ano passado, mas foi alvo de representação do TCE. Os outros certames são dos itinerários antes operados pela Petro Ita e as viagens que hoje pertencem a Cidade das Hortênsias.
Enquanto aguardam estas mudanças, os passageiros enfrentam problemas. Na última semana, por exemplo, os ônibus da Cidade Real tiveram uma falha no sistema de validadores, o que causou a paralisação das linhas. Já na linha 632 – Comunidade São Luiz, da Turp, a porta de uma van que opera o itinerário soltou.
Licitações vão substituir contratos emergenciais
No caso da Petro Ita e Cascatinha, as licitações vão substituir os contratos emergenciais em vigor. As empresas foram retiradas de operação pela Prefeitura em 2024, após diversos problemas e acidentes. Com isso, as linhas foram divididas entre a Cidade Real, Cidade das Hortênsias e Turp.
Em 2021, o TCE determinou que a Prefeitura promovesse procedimento licitatório para as linhas da Cascatinha. Após uma longa demora e recursos da viação, o edital foi publicado em abril de 2024, mas, novamente, foi alvo do TCE, que determinou diversas correções. Com isso, o novo governo anulou o pregão anterior e fará um novo processo.
Na mesma decisão, o Tribunal de Contas também apontou que o contrato da Petro Ita e Cidade das Hortênsias encerra em agosto de 2025. Estes foram renovados por força de uma decisão judicial. Ainda assim, a Corte de Contas entendeu o vínculo como precário e determinou a nova licitação ao término do acordo.
Problemas no transporte público
As licitações são aguardadas pelos passageiros, com a expectativa de melhora no serviço. Desde a pandemia de covid-19, a frota de ônibus está reduzida e, por força de decisão judicial, as empresas e o município terão até o final deste mês para retornar com 100% dos horários e itinerários.
Há, ainda, as viagens que não são realizadas. Uma lei de autoria da vereadora Júlia Casamasso (PSOL), sancionada pelo prefeito Hingo Hammes (PP), prevê que sejam publicados relatórios sobre a situação do transporte público. Em janeiro, as empresas deixaram de realizar 197 viagens por falha mecânica, sendo 141 da Turp.
Pela lei, a publicação deve ser disponibilizada à população no site da CPTrans em até 10 dias úteis. No entanto, até o sábado (22), a companhia ainda não tinha disponibilizado os dados de fevereiro.
O local de espera também é um desafio, principalmente em relação à segurança dos passageiros. Há um mês, um homem morreu após ser esfaqueado no Terminal Centro. Após este episódio, outras confusões foram relatadas no espaço.
Prefeitura diz trabalhar no edital
A Prefeitura de Petrópolis, através da CPTrans, informou que tem realizado operações de fiscalização e orientação nas empresas de transporte rodoviário do município, além do acompanhamento administrativo de problemas internos e cobrança de serviço de qualidade para a população.
Em relação ao veículo especificamente que apresentou problemas na porta, ele foi vistoriado pela CPTrans e estava apto a circular. O problema na porta foi um acidente causado pela trepidação e impossível de ser identificado previamente, segundo a companhia. A nota ainda diz que a Turp foi notificada e multada pela falha mecânica.
A CPTrans informou que trabalha na elaboração do edital de licitação das empresas de transporte rodoviário da cidade.
Quanto ao atraso do RMO, a companhia diz que o documento tem agora uma metodologia nova e está sendo elaborado pela companhia para ser atualizado e em breve será publicado.
Quanto às confusões no terminal do Centro, a companhia informou que estão sendo tomadas medidas para garantir mais segurança aos usuários no local, inclusive com o fechamento noturno do terminal, e rondas durante todo o período de funcionamento pela Guarda Civil.
O Setranspetro não respondeu à reportagem quanto aos problemas apontados.
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