
Petrópolis pode perder supercomputador de inteligência artificial
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) teria desistido de instalar o supercomputador de inteligência artificial no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado no bairro Quitandinha, em Petrópolis. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo, que aponta o alto custo da energia elétrica na cidade — estimado em R$ 7 milhões por mês — como principal motivo para a decisão.
À Tribuna de Petrópolis, o MCTI informou que ainda realiza estudos sobre a operação do supercomputador e que, até o momento, não há definição sobre onde ele será instalado. Outras cidades, no entanto, já demonstram interesse. A Prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, se ofereceu para receber o equipamento, destacando vantagens logísticas e até a possibilidade de construir uma usina de energia solar.
A instalação do supercomputador é uma das ações previstas no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). O anúncio de que o LNCC sediaria o projeto foi feito em julho do ano passado, com a promessa de que o equipamento estaria entre os cinco mais potentes do mundo, alimentado por fontes renováveis de energia.
“Foi um processo muito participativo, com mais de 300 pessoas, muitas oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas, sociedade civil organizada, procurando fazer uma sinergia do ecossistema na direção de cuidar para que o Brasil possa garantir sua autonomia, sua soberania”, ressaltou à época a ministra Luciana Santos sobre a elaboração do PBIA.
A Prefeitura do Rio confirmou à Tribuna que ofereceu a cidade para receber o supercomputador. O prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que poderá disponibilizar um local adequado, integrado ao Polo de Inteligência Artificial, com data centers. O município também se propõe a construir uma usina de energia solar dedicada ao funcionamento do equipamento.
Além disso, a prefeitura destacou outras vantagens da capital fluminense, como infraestrutura energética robusta e rede de alta velocidade, incluindo cabos submarinos que conectam o Rio a diversos continentes. A cidade também conta com universidades renomadas e polos de inovação como o Maravalley, que promove formação qualificada.
A gestão municipal ainda lembra que o Rio tem aplicações estratégicas relevantes nas áreas de óleo e gás, saúde e biotecnologia, que poderiam se beneficiar diretamente da presença do supercomputador.
A Tribuna procurou a Prefeitura de Petrópolis para saber se houve diálogo com o governo federal sobre a manutenção do projeto na cidade, mas não obteve resposta até a última atualização. O LNCC apenas reforçou a nota do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
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