• Petrópolis, minha Atenas

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 16/03/2022 10:44
    Por Fernando Costa

    Petrópolis é minha Atenas. Evidente que no contexto geral necessita alguns ajustes. No entanto, predominam sua beleza, história, intelectualidade, topografia e arte.
    Desde tenra idade, sorvo seu néctar e por ela fui adotado e ela me ama tanto mais que se aqui houvesse nascido. É acolhedora. Minha mãe, pelas leis do coração. Por sua dimensão e importância política, econômica e turística assumem os encargos com a seriedade espartana dignificando os 179 anos de sua fundação comemorados em 16/03/2022.

    Assim como as “polis” gregas que se constituíam cidades estados da Grécia Antiga e foi fundamental ao desenvolvimento e aprimoramento da cultura em fins dos períodos homérico, arcaico e clássico, Atenas também mereceu destaque dentre as cidades gregas. Aqui, Petrópolis, em grego “polis” significa cidade e “Petro” quer dizer Pedro, por isso “Cidade de Pedro”. Um celeiro de poetas; corais de acústica internacional e artistas plásticos que fazem reluzir a polimorfa cultura que a aureola.

    Zelemos por ela. No futuro ela será para maior ou para menor uma extensão da edificação que cada qual de nós se desincumbiu em realizar. Petrópolis foi planejada no século XIX, pelo Major Júlio Frederico Köeler. Belas construções a adornam a exemplo da neogótica Catedral São Pedro de Alcântara, outras em estilo normando, onde o clássico e o moderno se harmonizam e as belezas naturais nos encantam em verdadeira simbiose entre o histórico e o arquitetônico.

    A Família Imperial a elegeu e a aristocracia também. O palácio de veraneio, atual Museu Imperial, foi construído com inspiração neoclássica. O Palácio Quitandinha, no estilo normando-francês e rococó hollyoodiano internamente. São alguns dos exemplos de nossas belezas. Seu charme europeu se
    deve principalmente aos colonos alemães. É uma festa aos olhos. Não bastam cruzarmos os braços e replicarmos que há lixo no chão, prédios históricos abandonados, que a antiga sede do Banco do Brasil está com os tapumes enfeando e poluindo o Centro Histórico e há buracos nas calçadas. Inúmeras vezes nos deparamos com ocupantes de um automóvel (geralmente de marca e fabricação do ano) a abrir as janelas, rebaixarem os vidros e arremessarem latas de refrigerantes e restos de lanches estrada afora.

    Causa perplexidade. Nem sempre são os chamados de “povão”; são aqueles que se dizem “gente da sociedade”.
    Claro que somos contribuintes e pagamos alta carga em impostos e parte deles se destina aos cuidados do município.
    Merecemos uma política séria e comprometida. Isso não significa que cruzemos nossos braços ou que se destrua o patrimônio público, ao contrário, devemos preservá-lo pelo bem do povo.
    Dizer que a situação está difícil é cair em lugar comum e, se muito não se puder contribuir já estaremos fazendo, nossa parte não entupindo os bueiros e não jogando lixo no rio. Por que destruir as lixeiras espalhadas pelas ruas? É difícil economizar água e luz?

    E os pequenos jeitinhos como, por exemplo, não obedecer às leis de trânsito, furar fila ou estacionar em local proibido? Como uma pessoa pode chegar em casa e, ao presenciar maus hábitos manifeste o desejo em educar, todavia, a criança assiste aos comentários dos superiores de que “fulano levou vantagem nisso ou naquilo?”

    A cidade e os seus filhos serão no futuro o resultado do que construímos hoje. São necessárias a beleza e a arte ateniense, mas, também, uma dose da severidade espartana onde a disciplina e a ordem imperem em prol da coletividade.

    Últimas