• Petrópolis é um dos principais polos de referência em reabilitação auditiva no interior do estado

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  • 02/mar 09:31
    Por Maria Julia Souza I Foto: Divulgação

    Segundo o World Report on Hearing, documento da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui uma estimativa que cerca de 10 milhões de pessoas têm algum grau de perda auditiva no país. Já em Petrópolis, estima-se que 56 mil pessoas estejam nestas condições. Além disso, a Cidade Imperial é um dos principais polos de reabilitação auditiva de próteses implantáveis no interior do Estado do Rio, com atendimentos não só aos petropolitanos, mas também à população das regiões Serrana e da Baixada Fluminense. 

    Celebrado na última semana, o Dia Internacional do Implante Coclear tem como objetivo fazer com que a tecnologia seja conhecida por toda a população, além de divulgar a importância da reabilitação e o tratamento da perda auditiva. “O implante coclear é um dispositivo eletrônico em que a gente tem eletrodos no interior da cóclea (órgão do ouvido interno que transforma os sons em impulsos elétricos, que são enviados ao cérebro), que são inseridos, e a gente estimula eletricamente o nervo da audição, para permitir que as informações auditivas cheguem efetivamente até o cérebro, onde elas vão ser processadas”, explicou o otorrinolaringologista Denis Rangel. 

    O médico conta que o Dia Internacional do Implante Coclear é comemorado no dia 25 de fevereiro. A data foi escolhida pois nesse mesmo dia, em 1957, na França, foi estimulada pela primeira vez eletricamente o nervo auditivo, que é responsável por conduzir as informações auditivas da cóclea. Ele conta ainda que o primeiro implante coclear no mundo foi realizado em 1972, nos Estados Unidos. Já no Brasil, o procedimento foi realizado pela primeira vez cinco anos depois em São Paulo, em 1977. 

    “O implante coclear tem indicação naqueles pacientes que têm uma perda auditiva severa a profunda, ou seja, em pacientes que têm uma perda auditiva muito importante, em que o aparelho auditivo já não permite uma amplificação adequada do som. Ou seja, que o aparelho auditivo já não é mais a melhor proposta de reabilitação auditiva. Nesses casos, a gente então teria indicação de avaliar o implante coclear, ou esse paciente seria um candidato ao implante coclear”, explicou o médico. 

    Ele ressalta que para que o implante coclear seja indicado, é necessário que o paciente passe por avaliações audiológicas até avaliações de exames de imagem, como tomografia e ressonância, para que seja possível avaliar a cóclea, o órgão da audição e o nervo auditivo. 

    “Mas, de maneira geral, a gente vai ter indicação de avaliação do implante naqueles que possuem uma perda auditiva severa, profunda, e que não tenham mais benefícios com o uso do aparelho auditivo. O implante coclear é um dispositivo eletrônico que tem uma unidade interna que é colocada cirurgicamente debaixo da pele e, ao mesmo tempo, a gente tem uma unidade externa que é onde o paciente consegue tocar e consegue efetivamente tirar ou colocar, e que se prende através de um ímã na unidade interna que está por debaixo da pele”, explicou o médico. 

    O médico ainda complementa que o procedimento é considerado de maior complexidade, com um dispositivo mais complexo, e que há a necessidade de um acompanhamento mais especializado. “O implante coclear, além da cirurgia, também terá a ativação do dispositivo, que vai acontecer cerca de um mês depois da cirurgia, e o acompanhamento também desses pacientes, tanto com otorrino quanto com fonoaudiólogo. Então é um procedimento que envolve uma maior complexidade. Como a gente está falando de um país muito grande, ou seja, do Brasil, muitas cidades acabam não possuindo uma equipe especializada em implante coclear. Então, infelizmente, ainda é um procedimento de baixa disponibilidade quando a gente compara com outras cirurgias”, complementou. 

    Implante coclear em Petrópolis

    Considerado um dos principais polos de reabilitação auditiva de próteses implantáveis no interior do Estado do Rio, Petrópolis se consolidou na posição por ser uma das poucas cidades do interior do estado em que possui uma equipe de implante coclear. 

    “Então hoje na Região Serrana e Baixada Fluminense, a gente só tem a minha equipe que seja completa, ou seja, que consegue realizar todas as etapas do implante coclear, desde a avaliação do paciente, a cirurgia, a ativação e o acompanhamento a longo prazo. E fora de Petrópolis, que eu conheço, a gente tem Volta Redonda e Itaperuna, em que também tem equipes que conseguem basicamente fazer essa avaliação de pacientes. Então, foi por esse motivo que Petrópolis se tornou um dos pólos”, disse o otorrinolaringologista. 

    O médico explica que Petrópolis já realizou o procedimento para implante coclear e que a cirurgia continua sendo realizada na cidade, em hospitais particulares do município. 

    “A minha equipe passou a atuar com protótipos implantáveis entre junho e julho de 2023. O primeiro implante coclear na cidade também foi realizado pela minha equipe. Então de lá para cá, nesse intervalo de cerca de um ano e meio, a gente já teve cerca de 20 pacientes implantados, desde implantes cocleares até outros prótons auditivos implantáveis também. Os implantes em Petrópolis são realizados todos em hospitais particulares, a gente não tem implante coclear pelo SUS na nossa cidade. Não só em Petrópolis, mas em todas as demais cidades do interior do Estado do Rio”, finalizou o médico.

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