• Petrópolis é tema de vídeo sobre slackline

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  • 16/07/2018 16:13

    Mais uma vez, Petrópolis será a pauta de um documentário do canal de esportes radicais OFF. Depois do voo livre, a modalidade escolhida para ser o tema é o slackline. O programa vai contar como o petropolitano Ighor Pereira da Silva, de 23 anos, com ajuda de colaboradores e amigos realizou um feito incrível neste ano no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis.

    Para entender como o esporte, ainda novo no Brasil, chamou a atenção do OFF, temos que voltar um pouco no tempo. Embora o canal tenha feito alguns episódios deste esporte com uma das maiores personalidades do Brasil, o mestre alpinista Gideão Melo, o reconhecimento ao trabalho do slackline no Rio de Janeiro veio apenas agora. E em 2013, Íghor Pereira, estudante de administração e um verdadeiro apaixonado pela modalidade radical, deu o pontapé inicial para a sua expansão.

    O slackline, aos poucos, começou a chamar a atenção dos petropolitanos. Foi aquele velho e bom trabalho de formiguinha. Na Praça da Liberdade ou no Parque Municipal de Itaipava, além de algumas festas, Ighor montou uma pequena estrutura a céu aberto com o objetivo de atrair a atenção do pessoal. Aquela fita amarrada em árvores, onde o sujeito é obrigado a se equilibrar, foi ganhando a simpatia do público – em especial os jovens -, até que resolveu ir bem além.

    Modalidade do slackline – o highline – é diferente porque o equilíbrio se dá em grandes alturas. Ou seja, requer uma maior estrutura e segurança de seus participantes. Foi aí que, neste ano, surgiu o projeto “Na Linha de Deus”, no qual foi feita a maior travessia já realizada no Brasil, neste esporte. Ighor conseguiu a permissão do Parque Nacional da Serra dos Órgãos para realizar o trabalho. Antes mesmo de Gideão e companhia cruzarem 328 metros, teve a subida até o ponto escolhido, a montagem de uma incrível estrutura de segurança até, finalmente, cumprir a missão.

    “Em 2016, tentamos fazer esse projeto, mas não deu certo. No ano seguinte, esquematizamos tudo para que nesta temporada o projeto pudesse dar certo. Contei com a ajuda de amigos Leonardo Andrade, Samuel Augusto e o cinegrafista Murilo Vargas, que nos deu a sugestão para fazer um documentário para o OFF. Acertamos com o canal e já entregamos todo o material bruto e as informações para fazer o documentário. A expectativa é que até o fim do ano tudo esteja pronto para ir ao ar”, explicou Ighor, que apesar de declarar seu amor ao esporte, pretende fazê-lo e divulgar todas as ações sem a preocupação de se profissionalizar no assunto.


    Escaladores iniciaram as aventuras nos EUA

    Slackline é um esporte de equilíbrio sobre uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos, o que permite ao praticante andar e fazer manobras sobre a instável base. 

    Algumas variações de Slackline incluem “waterline” (slackline sobre água) e “highline” (slackline em grandes alturas, como, por exemplo, montanhas e pontes). Também existem “trickline” (slackline somente para fazer manobras) e “longline” (slackline de distância longa, normalmente acima de 40 metros), entre outras variações.

    O esporte começou em meados dos anos 1980 nos campos de escalada do Vale de Yosemite, Estados Unidos. Os escaladores passavam semanas acampando em busca de novas vias de escalada e nos tempos vagos esticavam as suas fitas de escalada, através de equipamentos, para equilibrar-se e caminhar.

    O slackline, também conhecido como corda bamba, significa “linha folgada” e pode ser comparado ao cabo de aço usado por artistas circenses, porém sua flexibilidade permite criar saltos e manobras inusitadas.

    Esse esporte é praticado em espaço indoor, possibilita uma evolução segura dos atletas. O Centro de Treinamento oferece treino sobre colchões para a modalidade trickline. Com apenas uma catraca de tensão e fita de 15 metros de comprimento e cinco centímetros de largura facilita a montagem sem precisar de nenhum equipamento adicional.


    Como tudo se deu no projeto

    Ighor Pereira fez a descrição do projeto levado ao canal OFF, com os detalhes acerca de tudo que fora planejado até a sua conclusão: “Realização da primeira repetição da linha de highline de 328m de distância, “Na Linha de Deus” – No inverno de 2018.

    O que norteou o processo inicial de montagem da missão foi a escolha de ser realizada por uma equipe exclusivamente de brasileiros, de confiança, preparada, e que no coração tivesse amor pelo highline. 

    Todo o projeto foi desenhado pelos atletas Ighor Pereira e Samuel Augusto e o cinegrafista Murilo Vargas. A linha conecta os cumes de duas montanhas de grande valor para o montanhismo, o Dedo de Deus e o Cabeça de Peixe. Sendo o Dedo de Deus a mais conhecida, devido a sua forma geológica impressionante e história emblemática.

    Após uma expedição frustrada em 2016, prejudicada pela chuva, nada mais poderia restar além do julgamento de falta de logística para realizar o feito. Contudo, em 2017, a conquista aconteceu e foi realizada por dois franceses, dois americanos e dois brasileiros, dentre eles Ighor Pereira, natural de Petrópolis, presença de pontual importância nesta repetição. Importante frisar que tal conquista também contou com apoio dos montanhistas locais para auxílio tanto na escalada, planejamento logístico e carregamento de peso para as montanhas.

    A repetição: Com objetivo principal de curtir as montanhas e a fita, todos da equipe sabiam da complexidade desta montagem visto que o highline liga duas montanhas diferentes com suas dificuldades técnicas altas em relação a maioria dos highline existentes no Brasil. Um objetivo secundário, mas não menos relevante, que é a busca da Cadena (atravessar a fita sem quedas de ponta a ponta) por um brasileiro, coisa que não aconteceu na missão de conquista.”

    Equipe Highline: Ighor Pereira, Samuel Augusto, Gideão Melo, Marcos Borges, Danyel Rodrigues, Iuri Monteiro, Maraue Munareti e Leonardo Andrade. Apoio à Escalada: Diogo Chazan e Felipe Lucena.


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