Petrópolis é a 4ª cidade no país em desastres climáticos e tem 72 mil pessoas vivendo em áreas de risco
Nossa cidade alcançou a quarta colocação em um ranking que ninguém quer estar: entre as 10 cidades brasileiras com maior risco de desastres, de acordo com o governo federal. Petrópolis aparece atrás de São Paulo, Teresópolis e Blumenau. E mais, deste levantamento, da Casa Civil e do Ministério das Cidades, o nosso município teria hoje 72.070 pessoas vivendo em áreas de grau elevado de chance de deslizamento de barreiras e inundações.
53% a mais do que se pensava
Esse número de 72.070 pessoas é inédito. E atualiza, para mais, muito mais, o dado que se tinha até então de 47 mil pessoas vivendo em 234 áreas de acordo com a revisão do Plano Municipal de Redução de Riscos e Movimentos de Massa, de 2017. Esse plano, inclusive, está sendo atualizado, no primeiro distrito, na gestão Bomtempo, já que a tragédia de 2022 deve ter alterado o cenário. Porém, ele só fica pronto no final de fevereiro. Já não dá mais para usar neste verão.
Petrópolis é 3ª em prioridade de investimento
O Ministério das Cidades, neste estudo, levanta a ordem de prioridade de investimentos nas cidades levando em conta número de pessoas morando em áreas de risco, quantidade de mortes entre 1991 e 2022 e ainda dias de chuva acima de 50 milímetros entre 1981 e 2022. E aí neste ranking de prioridades, figuramos em terceiro num quadro que fica assim: São Paulo, Teresópolis (RJ), Blumenau (SC), Petrópolis (RJ), Nova Friburgo (RJ), Maceió (AL), Fortaleza, Belo Horizonte, Jaboatão dos Guararapes (PE) e Salvador.
Onde estão nossos projetos?
E aí ficamos pensando que os investimentos dependem de projetos. E onde estão os nossos? Porque no Novo PAC e Minha Casa Minha Vida, que já falamos aqui, a prefeitura apresentou apenas um terreno na Estrada da Saudade e o governo do Estado os mesmos eternos terrenos de Benfica, Vale do Cuiabá e Mosela que são exibidos como passíveis de construções populares desde 2012. Somando tudo, não tá 400 unidades habitacionais. Atende a apenas 0,5% dessas 72.070 famílias em áreas de risco.
Silêncio
E após a divulgação desses dados inéditos pela imprensa, não se ouviu um pronunciamento nem do prefeito nem do governador, nem de deputado, nem de prefeitável dizendo como iremos atuar para conseguir os recursos e mitigar esse cenário de tragédia anunciada.
Vai vendo…
E as empresas de ônibus e CPTrans estão mesmo desafiando a justiça. O juiz da 4ª Vara Cível, Jorge Martins, tinha convocado uma nova audiência pública para quinta-feira para discutir o lamentável e perigoso serviço pelas deficitárias PetroIta e Cascatinha. E essas empresas recorreram ao Tribunal de Justiça do Estado e conseguiram que a audiência fosse suspensa. Alegaram que até o dia 20, a justiça está de recesso e, portanto, não poderia haver reunião. Mas se o judiciário quer trabalhar no recesso, que mal tem? Olha, quando tiver essa audiência, a gente queria pedir que fosse transmitida online. Porque vai ser emblemática. Anote e confira.
Contagem
E Petrópolis está há 256 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Mudanças
Desde que a gestão da rodoviária do Bingen passou da Sinart para a CPTrans muita coisa mudou no terminal. Reduziram as faixas para embarque e desembarque; a Guarda multa a rodo quem dá uma meia parada pra pegar ou deixar alguém; o estacionamento aumentou para R$ 32 e o mato cresce solto no entorno do espaço.
Tô nem aí
Pessoal ficou revoltado nas redes sociais com o ônibus da Cidade das Hortênsias pegando fogo na Silva Jardim e o presidente da CPTrans, Thiago Damaceno, ignorando solenemente o caso e postando pintura de faixa de pedestres nas ruas.
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