• Petrópolis bate novo recorde de internações e rede de saúde alerta: cenário é gravíssimo

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  • 29/03/2021 20:19
    Por Luana Motta

    Nesta segunda-feira (29), Petrópolis bateu um novo recorde no número de pessoas internadas por covid-19. Somando redes pública e privada, há 148 pessoas internadas em leitos de UTI e 186 em leitos clínicos, totalizando 334 internações – 93,75% dos leitos de UTI e 71,43% dos leitos clínicos estão ocupados.

    De acordo com a Secretaria de Saúde, só no mês de março, os três pontos de apoio receberam 6.468 pacientes – 800 deles apenas nos últimos três dias. O número representa um aumento de 52% em relação ao mês de janeiro. Com isso, a rede pública e privada se une em um apelo para que a população fique em casa e mantenha as medidas de prevenção a covid-19.

    SMH chega a 100% de ocupação em UTI; cresce número de jovens internados

    O Hospital SMH – Beneficência Portuguesa informou nesta segunda-feira (29) que chegou a 100% de ocupação dos leitos de UTI para a covid-19. O diretor executivo operacional do Hospital SMH, Fernando Baena, explica que “a demanda por internação cresce a cada dia e a faixa etária dos pacientes infectados inclui cada vez mais pessoas jovens”.

    “É um perfil de paciente que demora mais a buscar atendimento médico, o que faz com que o quadro se agrave, levando ao aumento da necessidade e do tempo de permanência nos leitos de UTI. Por consequência, a oferta de vagas diminui, torna a fila de espera ainda maior e reduz as perspectivas de abertura de novos leitos, como vinha sendo feito anteriormente”, explica.

    Nesta segunda-feira, durante a reunião que ocorreu na Prefeitura com representantes da rede pública e privada de saúde e dirigentes de entidades empresariais e comerciantes, especialistas alertaram sobre a gravidade da situação na cidade e fizeram um apelo para que a população mantenha o isolamento.

    “Com colapso, pessoas não vão encontrar atendimento nem na rede pública nem na particular”

    “Se as pessoas não ajudarem, a rede de saúde não vai suportar. As pessoas que precisarem de atendimento não vão encontrar nem na rede pública nem na rede privada. Não é hora de sair com os amigos. Não é hora de promover nem participar de festas. As pessoas precisam ficar em casa”, pediu o infectologista José Henrique Castrioto de Cunto.

    Representando o Hospital Santa Teresa, Leonardo Menezes frisou a importância da união de forças da sociedade para que a cidade consiga superar este momento difícil. “É hora de pararmos. Precisamos de um freio. A situação está se agravando. Hoje, ter leitos não significa que vamos salvar vidas”, lamentou.

    O diretor-presidente da Unimed Petrópolis, Rafael Gomes de Castro deixou a reunião durante a tarde com uma palavra em mente: esperança. “Ver os diferentes setores da sociedade civil juntos, discutindo com o governo municipal medidas que garantam a preservação de vidas e pensando também na situação econômica, é, sim um sinal de esperança”, afirmou.

    A orientação é para que a população não espere orientações para tomar as atitudes corretas para frear o avanço da pandemia. “A população não deve esperar que o poder público ou qualquer autoridade diga o que se deve ou não fazer. A única alternativa agora é ficar em casa. Não é sair para comprar roupa, para comer e muito menos para beber ou malhar. O aceitável no momento é apenas ir ao médico, ao hospital ou à farmácia. Essa é a atitude a ser tomada por aqueles que não querem dar adeus a conhecidos ou familiares, ou ainda perder a própria vida”, pontua o diretor executivo do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis.

    Saúde monitora novas variantes registradas em pacientes no município

    Petrópolis registrou até o momento dois tipos de variantes do Sars-CoV-2:  variantes do tipo P1 e P2. Foram três casos, confirmados após análise de material selecionado por amostragem pela Fiocruz. Após a notificação, o setor de Epidemiologia fez imediatamente o levantamento de informações junto as famílias. Os casos foram identificados em irmãos gêmeos de 7 meses e em uma menina de 5 anos – as três crianças não tiveram complicações, não precisaram de internação e passam bem.

    No caso dos gêmeos, a família relatou ter recebido a visita de um parente do estado de Minas Gerais, no início do mês de janeiro. Dias depois, um familiar que tem contato com as crianças teve sintomas de Covid-19. As amostras confirmaram a variante P2.  Já no terceiro caso, da variante P1, uma menina de 5 anos apresentou sintomas em fevereiro. A menina está recuperada e passa bem.

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