• Petróleo fecha em alta, com atenção aos desdobramentos no Oriente Médio, mas recua na semana

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  • 19/abr 15:58
    Por Matheus Andrade, especial para o Broadcast / Estadão

    Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, que foi contida ao longo do dia, após as cotações chegaram a disparar mais de 4%. Após as notícias sobre os ataques de Israel ao Irã, os preços subiram fortemente, mas perderam forças na medida em que a percepção de que uma escalada não era iminente foi tomando conta. Em algum momento, as cotações chegaram até mesmo a cair. Ao final, o petróleo terminou a semana recuando, levando em conta que os maiores temores sobre o conflito não se consolidaram.

    O WTI para junho fechou em alta de 0,15% (US$ 0,12), a US$ 82,22 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 0,21% (US$ 0,18), a US$ 87,29 o barril, na Intercontinental Exchange. Na semana, o WTI caiu 3,11% e o Brent caiu 3,49%.

    “Numa semana que começou com o ataque de drones e mísseis do Irã a Israel e que terminou com o ataque retaliatório de Israel ao Irã, é algo surpreendente que o preço do petróleo tenha caído”, aponta a Capital Economics. Afinal de contas, o risco para o fornecimento físico de petróleo aumentou claramente com o último ataque ao Irã. “No entanto, pensamos que não é do interesse nem do Irã nem de Israel perturbar o comércio regional de energia e que, por enquanto, isso estará fora dos limites, mesmo que os ataques retaliatórios continuem”, pondera.

    A CNN publicou que uma base aérea na cidade de Isfahan, no Irã, supostamente alvo de um ataque militar de Israel, não parece ter sofrido danos extensivos, segundo imagens obtidas pela reportagem da Umbra Space. A emissora de TV estatal do Irã informou que as instalações nucleares próximas à cidade de Isfahan estão “totalmente seguras”.

    Fora do conflito, há outros elementos que podem impulsionar os preços. O Commerzbank espera que a procura por petróleo aumente na segunda metade do ano devido aos cortes nas taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) e à perspectiva contínua de queda das taxas de juro do Federal Reserve (Fed). Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deverá manter a oferta restrita pelo menos até meados do ano. É provável que menos petróleo do Irão e da Venezuela chegue ao mercado nos próximos meses, uma vez que os EUA pretendem reforçar as sanções petrolíferas contra o Irã e restabelecê-las contra a Venezuela.

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