• Petrobras vai investir R$ 33 bi para ampliar produção no Rio

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  • 04/jul 07:22
    Por Denise Luna e Gabriela Cunha / Estadão

    A Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 3, que vai investir R$ 29 bilhões em projetos de refino e no segmento petroquímico no Rio de Janeiro, incluindo a ampliação da produção da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e do Complexo de Energias Boaventura (ex-Comperj). A companhia confirmou ainda que a Braskem, da qual a estatal é sócia, também investirá R$ 4,3 bilhões na ampliação da sua unidade fluminense de produção de polietileno. Somados, os investimentos chegam a R$ 33,3 bilhões.

    “Serão R$ 20 bilhões do valor anterior anunciado em setembro mais R$ 6 bilhões no BioQAV (bioquerosene de aviação), mais R$ 2,4 bi das manutenções programadas que vão acontecer na Reduc nos próximos anos e mais R$ 860 milhões (nas térmicas da Reduc). Os outros R$ 4,3 bilhões são da Braskem. São investimentos totais, mas claro que os da Braskem têm a Petrobras também”, explicou o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França da Silva.

    A estatal tem uma fatia de 47% do capital da Braskem, que é controlada pela Novonor (ex-Odebrecht) – que está tentando vender parte de suas ações.

    No Rio, a Braskem tem uma unidade em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que utiliza gás natural como insumo para produzir polietileno – um plástico utilizado em uma ampla gama de aplicações, de embalagens a peças industriais.

    Presente no evento, o CEO da Braskem, Roberto Ramos, evitou falar sobre a possível venda das ações da empresa. “Esse investimento não afeta a geração de caixa e nem os recursos da Petrobras.”

    Questionada se a política da Petrobras está alinhada aos planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente da estatal, Magda Chambriard, respondeu que recebeu pedido do presidente para que a Petrobras gerasse “valor para o povo brasileiro” e impulsionasse o Produto Interno Bruto (PIB) do País. “Acho que sim, que estamos atendendo às expectativas do presidente Lula, às nossas próprias expectativas e à expectativa da sociedade”, disse ela, em entrevista para detalhar os investimentos.

    Magda acrescentou que os investimentos foram acelerados dentro do plano estratégico da empresa até 2029. “Estamos produzindo petróleo, gás, e tirando vantagem desse petróleo e gás para combustíveis mais eficientes e focando na transição energética ‘na veia’.”

    Produção

    A estatal pretende aumentar a produção de diesel S-10 em 76 mil barris por dia (bpd); de querosene de aviação, em mais 20 mil bpd; e a de lubrificantes grupo II, para mais 12 mil bpd. “Vamos garantir mais gás a preços acessíveis e teremos também mais duas térmicas neste megaprojeto que é o complexo Boaventura. É um projeto que envolve a chegada do gás do pré-sal do Rio de Janeiro em mais uma nova rota (Rota 3) para melhorar a efetividade dos processos da Braskem e melhorar a eficiência da Reduc”, disse a presidente da Petrobrás.

    “Estamos falando de mais 38 mil postos de trabalho com esse megaprojeto. Já estamos a pleno emprego e com demanda de profissionais para as operações”, acrescentou a executiva, ressaltando a parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para treinamento de 3,2 mil pessoas.

    “É um grande pacote de investimentos da Petrobras em associação com o governo federal, garantindo ao Rio de Janeiro emprego, renda, treinamento de pessoal e aportes significativos para o programa Autonomia e Renda (voltado prioritariamente para pessoas em condições de vulnerabilidade e exclusão social)”, afirmou.

    Magda informou que a plataforma P-78 vai antecipar sua operação em um mês, aumentando a produção da estatal antes do previsto. A unidade será instalada no campo de Búzios, na Bacia de Santos, maior aposta da empresa por se tratar do maior reservatório de petróleo do País.

    Reduc tem aval da ANP para novo combustível

    A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou durante o anúncio dos investimentos da estatal no Rio que a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) concluiu teste de produção do primeiro combustível de aviação com conteúdo renovável (SAF) por coprocessamento, alcançando até 1,2% de óleo de milho na fabricação do QAV.

    A autorização da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) já foi emitida e a produção comercial do QAV na Reduc terá início nos próximos meses, com capacidade de até 50 mil m³/mês (10 mil bpd).

    A Reduc também já produz o diesel R5, com 5% de conteúdo renovável, e recebeu a autorização da ANP para iniciar os testes com o novo teor de 7% para produção do diesel R7.

    “Essas iniciativas reforçam o compromisso da Petrobras com a descarbonização de seus produtos e a transição energética justa”, justificou a presidente da estatal.

    Segundo ela, a atuação do complexo de Energia Boaventura em associação com a Braskem também é outro passo para dinamizar a atividade econômica no Rio. “Com a Braskem mais efetiva, estamos gerando um círculo virtuoso na região de Duque de Caxias e dando insumos para uma cadeia industrial que vem a seguir de nós.”

    Questionada sobre um possível ajuste nos preços dos combustíveis, Magda disse que a estatal continua acompanhando as tendências. “Não nos assombramos com variações bruscas (no preço do petróleo). Está tudo dentro do esperado. Nada de ansiedade.”

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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