• Petrobras manterá proposta de reter dividendos extraordinários na próxima assembleia, em abril

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  • 22/mar 15:39
    Por Denise Luna / Estadão

    A Petrobras confirmou que irá propor o pagamento apenas dos dividendos ordinários aos seus acionistas na próxima Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril, deixando a decisão sobre uma remuneração extra para outro momento. A informação consta de documento enviado nesta sexta-feira, 22, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

    A estatal confirmou o pagamento de R$ 14.203.871.065,91, com data base da posição acionária no dia da AGO. Com isso, em relação a todo o ano de 2023, a estatal terá pago R$ 72,4 bilhões em proventos a seus acionistas.

    O pagamento ocorrerá de acordo com o seguinte cronograma proposto: uma parcela de R$ 7.101.935.532,96, com pagamento no dia 25 de maio de 2024; uma parcela de R$ 7.101.935.532,95, com pagamento em 20 de junho de 2024. A remuneração total aos acionistas será de R$ 76.060.961.388,41, sendo R$ 72.418.772.428,41 como dividendos e R$ 3.642.188.960,00 como recompra de ações, confirmou a estatal.

    A proposta de remuneração foi decidida em uma tensa reunião do conselho de administração em 7 de março. A proposta da diretoria da companhia, de pagar metade dos dividendos extraordinários aos acionistas, não foi levada à votação, segundo ata divulgada nesta sexta-feira.

    Na reunião, do início de março, foram discutidas apenas as propostas dos membros do CA indicados pelo governo, de reter 100% dos dividendos, e dos indicados pelos acionistas minoritários, de distribuir 100% dos proventos, sendo que estes últimos foram derrotados.

    Com o apoio da representante dos empregados no conselho, Rosângela Buzanelli, a proposta do governo de reter 100% dos ganhos extras predominou, para frustração do mercado, que puniu a companhia com uma queda de mais de R$ 50 bilhões de valor de mercado em um dia.

    A tendência agora é que, em algum momento, esses proventos sejam distribuídos aos acionistas, principalmente depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhou uma cadeira no órgão máximo da estatal, com a indicação do secretário-executivo adjunto da pasta, o advogado Rafael Dubeux, e vem tentando convencer o governo sobre o benefício do pagamento para as contas da União, acionista majoritário da Petrobras.

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