Petrobras afirma que reajustou combustíveis antes da saída de Castello Branco
A Petrobras informou na sexta (2), em comunicado ao mercado, que preferiu adotar uma postura “mais cautelosa” em janeiro deste ano em relação aos reajustes dos preços de combustíveis, e que acelerou os aumentos de preço em fevereiro quando ficou convicta de que as cotações do petróleo subiriam de forma sustentada. Segundo a companhia, houve reajustes antes de a substituição do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, ser comunicada.
O comunicado da petroleira é uma resposta a afirmações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ontem, em entrevista ao portal UOL, Guedes disse que Castello Branco vinha “segurando” os reajustes de preços de combustíveis até saber que seria demitido, em fevereiro. “É claro que, quando soube que ia sair, (Castello Branco) começou a realinhar os preços com o mercado internacional para ajustar suas obrigações diante dos acionistas”, afirmou o ministro.
“De 1º de janeiro a 19 de fevereiro de 2021, quando no final do dia foi anunciada a substituição do presidente Roberto Castello Branco, foram aplicados quatro reajustes no preço da gasolina, três reajustes no preço do diesel e dois reajustes no GLP”, afirma a Petrobras no comunicado. “Neste período, a gasolina subiu 34,9%, o diesel 27,5%, e o GLP 11,3%.”
O presidente Jair Bolsonaro demitiu Castello Branco em meados de fevereiro por considerar excessivos os reajustes dos preços de combustíveis. Para o posto, indicou o general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional. Ele ainda precisa ser aprovado pelos acionistas da estatal para o conselho de administração para que, depois disso, seja escolhido como presidente da empresa pelo órgão colegiado.
Como mostrou a colunista Irany Tereza, do Broadcast, Silva e Luna deve reavaliar a política de reajustes dos preços de combustíveis da Petrobras. As normais atuais, vigentes desde 2016, fazem com que os valores sejam ajustados em linha com as cotações do petróleo no mercado internacional.