• Petro Ita pede implantação de faixas exclusivas para melhorar o transporte público

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 12/08/2020 09:33

    Com a pandemia da Covid-19, houve uma redução significativa na quantidade de passageiros do transporte público em Petrópolis. O medo de andar de ônibus, aliado à pouca oferta nos horários de algumas linhas, resultou em mais carros e motos nas ruas da cidade. A possibilidade colapso no sistema vem sendo anunciada pelas empresas, que querem ajuda do poder público, além de melhorias na mobilidade urbana, como a implantação das faixas exclusivas para os ônibus.

    Leia também: Em menos de uma semana, quatro gaviões feridos são resgatados na cidade; ocorrências podem ter relação com incêndios florestais

    O  Plano Municipal de Mobilidade Urbana prevê a implantação de três faixas exclusivas para os ônibus nas ruas Washington Luiz, Coronel Veiga e no Alto da Serra. Os projetos ainda não saíram do papel, mas estudos já foram feitos no ano passado nas principais vias do Alto da Serra para a instalação do sistema. Um dos corredores exclusivos seria na Avenida Coronel Albino Siqueira (antiga Avenida Central), principal via de acesso da região para outras localidades do Quitandinha e Centro.

    Um comunicado divulgado pela empresa Petro Ita diz que a implantação desses corredores expressos impactariam na redução da tarifa e na agilidade do sistema, uma vez que os ônibus não ficariam parados em congestionamentos.  Segundo a empresa, a velocidade média dos coletivos nas vias atualmente na cidade é de 13km por hora. “Se houver uma gestão pública eficiente para implantar essas medidas e, com isso, retirar os atrasos provocados pelos congestionamentos, cada ônibus faria mais viagens por dia, essas viagens seriam mais rápidas e a  frota dos coletivos poderá ser menor”, alegou a empresa, no comunicado.

    Para o pesquisador do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, Vinicius Henter, a implantação das faixas exclusivas já era um importante projeto de mobilidade urbana antes da pandemia do Covid-19. “Temos que pensar em mobilidade urbana como o deslocamento de pessoas e não dos carros. Se o ônibus transporta 50 pessoas a mais que os automóveis, eles que tinham que ter prioridade na circulação”, comentou o pesquisador.

    Vinicius explica que, de fato, os corredores exclusivos para ônibus podem reduzir as tarifas, uma vez que os custos operacionais do sistema serão reduzidos. “As empresas vão usar menos ônibus para cumprirem os mesmos horários”, afirmou. “E neste momento de pandemia, as faixas se tornam ainda mais necessárias, porque os passageiros vão ficar menos tempo nos coletivos, em aglomerações, como é o indicado pelas normas de segurança sanitária”, disse.

    Após o início da pandemia e as medidas de restrições, a frota do transporte público caiu mais de 40%. Eram 364 veículos antes de março e agora o sistema conta com 210 ônibus. Dados da Companhia Petropolitana de Trânsito (CPTrans) mostram que de março até julho, aproximadamente 40 mil pessoas deixaram de usar o transporte público na cidade. Segundo o Sindicato da Empresas de Transporte (Setranspetro), foram mais de um milhão a menos de transações no sistema (toda vez que a roleta dentro do ônibus roda) entre março e junho deste ano em relação ao mesmo período de 2019.

    Últimas