Petro Ita: a volta dos que não foram
Sobre o “retorno” da Petro Ita, conforme você confere aqui nas páginas de Cidade da Tribuna, na reportagem de Wellington Daniel, desde lá atrás a gente ficou encafifado com um lance: se o prefeito, por decreto, declarou a caducidade do contrato da empresa, ou seja, extinguiu o acordo comercial, como a Petro Ita continuou operando 68% das 75 linhas para as quais era contratada? Como se decreta caducidade parcial? Se o contrato foi extinto, não deveria ter sido feito outro, novo, com as linhas que ficaram em poder da Petro Ita? Ou foi tudo de boca?
Coincidência
Foi uma baita coincidência que, no mesmo dia em que o Tribunal de Justiça do Estado suspendeu os decretos que determinaram a retirada da empresa da operação das linhas do Alto da Serra e Morin, o prefeito Bomtempo, nas redes sociais, tenha garantido que a saída da viação era apenas uma questão de tempo, mas que vai acontecer. A gente bem que falou aqui que esse tempo deve ser de um ano, o que resta do contrato da Petro Ita, que vence em agosto de 2025. Uma renovação de 10 anos… feita pelo próprio Bomtempo.
Vestido pra guerra
Bomtempo, no fim do dia, colocou seu casaco de couro, tal qual uma armadura, reuniu secretários e vereadores da base, todos fazendo cara de mau, deram um grito de guerra “fora Petro Ita” (o que foi aquilo desanimado, gente?) e convocaram a população para uma manifestação no terminal Centro. Acabou com o descanso dos comissionados.
Mas, gente…
No terminal, botou Mustrangi, ex-sindicalista, para se esgoelar no megafone e recebeu o apoio de 0 pessoas no local. Os comissionados foram em número reduzido e os secretários também não estavam empolgados. Diana Iliescu, secretária de Cultura, sentou em um dos bancos como se estivesse aguardando um ônibus atrasado. Sorte que Thiago Damaceno, ex-CPTans, largou a campanha e foi lá dar uma força.
Saiu pela culatra
E ainda piorou: muita gente não aderiu ao “fora Petro Ita” e entoou o “fora Bomtempo”.
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 103 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Destemidos
A gente avisou – e não foi de agora – que não ia acabar bem esse lance de ex-secretários aparecerem ao lado do prefeito e de titulares de pastas do executivo enaltecendo as ações do governo justamente na pré-campanha e campanha eleitoral. A primeira situação a dar ruim foi a de Léo França, ex-Comdep, que esteve em uma comunidade no Morin, ao lado da secretária de Obras, Vyrna Yacomo, para falar de asfalto. Moradores gravaram em vídeo toda a fala deles e encaminharam ao Ministério Público, que pediu a cassação do registro da candidatura de França. Para o promotor eleitoral, ficou claro que França falava em nome do governo.
Vale o registro
Lembramos que, neste episódio do Morin, os moradores da Vila Luiz Carlos Soares também questionaram a obra de asfaltamento que seria feita sem qualquer planejamento de dragagem e escoamento de águas pluviais. Isso vem ocorrendo em boa parte da cidade – para não dizer em todo o município – e é um agravante das cheias no período de chuvas.
Na fila
Outro que está na fila para se dar mal é Thiago Damaceno, ex-CPTrans. Tem vídeo no perfil do prefeito Bomtempo em redes sociais em que ele aparece falando sobre as linhas da PetroIta concedidas à Cidade Real, com o chefe do executivo se enaltecendo ao lado dele. E ontem ainda estava com o prefeito na “manifestação” no terminal…
Do lanche ninguém pergunta?
Eis que foram colocadas faixas no Centro Histórico alfinetando o vereador Mauro Peralta. O parlamentar, que questiona os contratos emergenciais de lixo da Comdep, foi “atacado” com a frase “Mauro Peralta, qual seu envolvimento com a empresa PDCA?”. Em outra faixa se pergunta: “Mauro Peralta, você é sócio ou empregado da empresa PDCA?”. A empresa opera o transbordo de lixo na BR-040 e faz parte de processos judiciais que envolvem toda a crise do lixo em que a prefeitura conseguiu se meter.
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