• Petição é criada com o objetivo de impedir venda de prédio histórico dos Correios em Petrópolis

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  • 24/10/2023 19:29
    Por Enzo Gabriel

    **Material atualizado às 13h06 do dia 26/10

    Há alguns anos, o prédio histórico dos Correios, no Centro de Petrópolis, localizado na Rua do Imperador, está em processo de venda. Para tentar evitar a negociação do imóvel, uma petição foi criada e já conta com quase 300 assinaturas.

    “A motivação de criar o abaixo-assinado veio após perceber que o processo está caminhando para o prédio cair na mão da especulação imobiliária se nada for feito. Então tomei a iniciativa de criar a petição para evitar que isso aconteça sem que haja o mínimo de discussão. Tenho a proposta de que o prédio seja convertido em um centro comercial popular para democratizar as oportunidades e privilegiar empreendedores que estão na base da pirâmide”, conta Rafael Corrêa, criador da petição.

    Defendendo sua tese, Rafael utiliza o prédio histórico do Banco do Brasil como exemplo de abandono e quer evitar que o mesmo ocorra com o prédio dos Correios: “Já temos o péssimo exemplo desse prédio que está fechado há mais de 10 anos, então a ideia da criação do abaixo-assinado é para evitar que um erro gigante que está escancarado aconteça novamente”.

    “Sabemos que a tragédia gerou um impacto muito grande e que muitas lojas estão fechadas até hoje com os altos valores dos aluguéis impedindo empreendedores de movimentarem seus negócios, então a criação do centro comercial popular ajudaria a movimentar a economia”, afirma o criador da petição.

    O abaixo-assinado pode ser acessado clicando aqui.

    Abandono do prédio

    Apesar de ainda ser utilizada, a agência dos Correios, no Centro, recebe diversas críticas por conta do seu estado de conservação. O Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ) chegou a denunciar a situação há alguns meses, e afirmou que iria lutar para impedir que o sucateamento continuasse.

    Venda do imóvel

    Anunciada, a negociação do imóvel ainda não saiu do papel. No último ano, foi publicado que o valor de compra do imóvel seria entre R$ 4,3 e R$ 4,8 milhões.

    Neste ano, no entanto, conforme noticiado pela coluna Les Partisans, os Correios poderiam suspender a venda do imóvel. Segundo noticiado pela coluna, no fim de abril, a estatal seguirá desativando e vendendo prédios subutilizados, mas o governo Lula teria o entendimento que os prédios históricos deveriam ter um tratamento especial. Foi o que aconteceu com o Palácio dos Correios, na capital paulista, negociado com o governo do Estado por R$ 77 milhões. Porém, em outras situações, os Correios podem conceder os prédios históricos a prefeituras e governos do estado, com a contrapartida de restauração e manutenção.

    Prédio histórico em Petrópolis

    O prédio, inaugurado em 12 de novembro de 1922, foi construído especialmente para ser a sede dos Correios. O serviço já funcionava em Petrópolis desde 1848, por determinação de Dom Pedro II, um dos mais antigos do país, mas ganhou uma sede já no governo de Epitácio Pessoa.

    Correios afirma que não venderá imóvel

    Em resposta à Tribuna, no dia 26 de outubro, os Correios informaram que a atual gestão não irá vender o prédio histórico do Centro da cidade, e que determinou a suspensão do processo que estava em andamento.

    Os Correios acrescentaram, ainda, que “estão reestruturando sua carteira de imóveis, com especial atenção aos prédios que foram abandonados pela gestão anterior como, por exemplo, o prédio histórico em Petrópolis”.

    Imóveis que atualmente geram prejuízo e não trariam benefícios mesmo com reforma serão vendidos, segundo informaram, e os recursos arrecadados com esse movimento serão destinados à compra de imóveis necessários para o atingimento dos objetivos estratégicos da estatal, mas não serão incluídos nessa lista os imóveis históricos e de valor simbólico para a empresa. Nesses casos, os Correios estudam a possibilidade de concessão para órgãos públicos, em que o imóvel é reformado e recuperado por um parceiro que passa a utilizar o prédio para a oferta de serviços que beneficiem a população, sempre com foco no benefício das brasileiras e dos brasileiros.

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