• Pesquisadores encontram ‘superanticorpos’ contra covid-19 em escritor americano

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  • 17/03/2021 13:37
    Por Redação / Estadão

    Quando, em abril do ano passado, um amigo com quem divide apartamento foi diagnosticado com covid-19, o escritor americano John Hollis, de 54 anos, achou que ficaria doente. No entanto, Hollis não apenas não desenvolveu a doença, como descobriu possuir um superanticorpo que o impede de ser infectado, inclusive pelas mutações do novo coronavírus.

    A descoberta não veio sem sustos. Segundo relatou à TV americana NBC, o escritoR chegou a deixar uma carta para o filho adolescente “caso as coisas desmoronassem muito rápido”. Com exceção de alguns problemas de sinusite – que, segundo declarou ao jornal da Universidade de Virgínia, atribuiu a alergias – ele nunca ficou doente.

    Em julho, Hollis estava na Universidade George Mason, onde trabalha no setor de comunicação, quando comentou com o professor Lance Liotta, um médico e bioengenheiro da instituição, sobre o que tinha vivido meses antes. Liotta então o convidou para participar de um estudo sobre a doença, e o resultado foi impressionante. O resultado do teste mostrou que Hollis não só havia sido infectado pelo vírus, como havia desenvolvido superanticorpos contra a doença. “Meu queixo bateu no chão”, disse Hollis. “Tive que fazer (Liotta) repetir o que ele me disse pelo menos cinco vezes”, contou à NBC.

    Em entrevista à BBC, o médico responsável pelo estudo explicou os anticorpos desenvolvidos por Hollis atacam diversas partes do vírus ao mesmo tempo e o eliminam rapidamente. Na maioria das pessoas, porém, os anticorpos que se desenvolvem para combater o vírus atacam as proteínas das espículas do coronavírus para que ele não infecte as células. O problema é que, em uma pessoa que entra em contato com o vírus pela primeira vez, demora certo tempo até que o corpo consiga produzir esses anticorpos específicos, o que permite que o vírus se espalhe.

    Ainda de acordo com Liotta, mesmo se diluídos em 1 para mil, seriam capazes de matar 99% dos vírus ativos. “Nós coletamos o sangue de Hollis em diferentes momentos e agora é uma mina de ouro para estudarmos diferentes formas de atacar o vírus”, afirmou.

    “A coisa toda foi surreal”, disse Hollis ao jornal da Universidade de Virgínia – onde frequentou a faculdade. “Fui escritor durante toda a minha vida e não poderia inventar essas coisas se quisesse”, finalizou.

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