• Pesquisa revela que dengue atinge com maior gravidade crianças de cinco anos

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  • 28/abr 09:03
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    O Observatório em Saúde na Infância, uma parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz) e o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina (Unifase/FMP), revelou que a dengue tem atingido com maior gravidade crianças até 5 anos, em 2024.

    Os dados analisados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde nas primeiras 10 semanas epidemiológicas do ano, e constatou que adolescentes entre 10 e 14 anos apresentaram o maior número de casos registrados, enquanto crianças menores de 5 anos têm as maiores taxas de letalidade. O levantamento demonstrou que a proporção de óbitos diminui gradativamente conforme o aumento da idade.

    No estado do Rio de Janeiro, dados divulgados pelas autoridades de saúde pública registraram 205 mil casos de dengue, com 109 mortes confirmadas, sendo sete delas em menores de 18 anos. A pesquisa constatou que a letalidade geral da doença é de 0,5 mortes para cada mil casos. Entre crianças menores de 1 ano, essa taxa é duas vezes maior, com 1,1 mortes para cada mil casos.

    Segundo a professora da UNIFASE/FMP, Patrícia Boccolini, que integrou a pesquisa, crianças menores de 4 anos não estão elegíveis para a vacina QDenga.

    “A Anvisa ainda não aprovou a vacina para essa faixa etária, porque o laboratório ainda não fez testes suficientes para liberar o imunizante para esse público”, ressaltou Patrícia.

    O Ministério da Saúde vem reforçando as campanhas de conscientização sobre como eliminar os focos do mosquito Aedes Aegypti. Além disso, para esse grupo mais vulnerável, a estratégia é procurar assistência médica o mais rápido possível ao identificar os sintomas da dengue, que são: febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, fadiga e náuseas.

    “A vacina é uma estratégia de médio e longo prazo. Para esse grupo mais vulnerável, que são crianças menores de 4 anos e idosos acima de 80, o Ministério da Saúde faz um alerta para que se busque atendimento assim que identificar os primeiros sinais da dengue, até mesmo porque ainda estamos com casos de Covid-19, e em alguns lugares em função das enchentes, temos casos de leptospirose, os sintomas dessas doenças são muito semelhantes”, alertou a pesquisadora.

    No levantamento foi observado que, apesar de concentrar o menor número de casos entre as crianças, a faixa etária entre 0 e 5 anos é a que mais morreu este ano vítima das formas mais graves da doença, seguida da faixa entre 5 e 9 anos.

    Para o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini, é importante que as famílias levem seus filhos para vacinar e que todos sigam tomando as medidas profiláticas possíveis.

    “O Ministério da Saúde acerta em vacinar o grupo onde estamos vendo mais casos. Nossa recomendação é que a imunização avance para as crianças mais novas, de 5 a 9 anos, que estão morrendo mais, proporcionalmente”, enfatizou Cristiano.

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