• Perto do fim do mês, Ibovespa cede terreno, mas sustenta os 126 mil pontos

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  • 29/11/2023 18:37
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    Nesta penúltima sessão de novembro, o Ibovespa encontrou dificuldade para levar adiante ganhos já perto de 12% no mês, tampouco mostrou inclinação a realizar parte dos lucros que se acumularam no intervalo, até aqui o melhor desde novembro de 2020, há três anos, quando havia avançado 15,90% no mês.

    Assim, a referência da B3 se manteve bem perto da estabilidade ao longo da tarde e acentuou mínimas em direção ao fechamento, aos 126.165,64 pontos, em baixa de 0,29% na sessão, vindo de ganhos moderados nas duas anteriores. Hoje, oscilou de 126.017,97 (-0,41%) a 127.388,15 pontos, saindo de abertura a 126.540,64 pontos. Na semana, o índice avança 0,52% e, no mês, ganha 11,51%. No ano, o Ibovespa acumula alta de 14,97%. O giro financeiro foi a R$ 22,4 bilhões nesta quarta-feira.

    O dia foi positivo para as cotações do petróleo, com o Brent e o WTI em alta respectivamente de 1,73% e 1,89% no fechamento de Londres e Nova York. Contudo, Petrobras esteve como destaque de baixa (ON -1,32%, PN -1,04%) entre as ações de maior peso e liquidez na B3 – ambas ainda acumulam ganhos no mês, de 2,02% e 5,07%, respectivamente, em intervalo onde as perdas do petróleo giram em torno de 3% a 4%. Vale caiu hoje 0,03% e, entre os grandes bancos, Bradesco ON cedeu 0,56% e PN, 0,49%. Na ponta do Ibovespa, Marfrig (+4,73%), Lojas Renner (+4,14%) e Vibra (+3,48%); no lado oposto, Gol (-5,16%), Hapvida (-5,12%) e MRV (-4,64%).

    “Na agenda de hoje, a segunda leitura sobre o PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre veio forte alta anualizada de 5,2%, ante expectativa a 4,9%, mas a acomodação vista no PCE, métrica de preços ao consumidor preferida do Fed, mantém o cenário para os juros de referência do BC americano”, diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

    Ele se refere à expectativa que tem se consolidado no mercado, a partir dos dados econômicos e de falas recentes de autoridades do Federal Reserve – como a de ontem do diretor Christopher Waller -, de que o ciclo de aumento de juros no país já tenha atingido o topo, e que os cortes na taxa de referência provavelmente virão antes do que se previa.

    Mantidas as condições de temperatura e pressão, e na ausência de novos vetores que contribuam para reforçar a cautela do mercado com relação às condições fiscais domésticas, Harada considera que o Ibovespa possa buscar um fechamento de ano a 128 ou 129 mil pontos, perto da importante linha de resistência dos 130 mil pontos.

    “O mercado tem demonstrado força, sustentando altas e os preços dos ativos, em boa sequência até o quase zero a zero de hoje. Até aqui, sem correção significativa neste mês de novembro, muito pautado pela melhora do cenário macro, com a percepção de que o Fed está conseguindo controlar a inflação e que não será necessário voltar a elevar os juros”, diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos.

    “A Bolsa aqui estava muito descontada e veio o gatilho, com a melhora do quadro macro, para a recuperação que estamos vendo, e que não deve ser revertida no curto prazo, em meio a avanço que se nota também, no cenário doméstico, em pautas importantes no Congresso”, acrescenta.

    No fim da tarde, veio um pequeno revés nessa frente: o governo não conseguiu um acordo com a oposição e teve de aceitar o adiamento da votação do projeto de lei de taxação das apostas esportivas para a semana que vem. A definição será tomada após a volta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao Brasil. Ele acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na comitiva à COP-28, em Dubai. A previsão é de que Pacheco volte a Brasília na próxima quarta-feira, 6.

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