• Permanência de Prates na Petrobras é incerta e governo aguarda retorno de Lula a Brasília

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  • 04/abr 17:37
    Por Sofia Aguiar e Caio Spechoto / Estadão

    O Palácio do Planalto avalia como instável a atual situação do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, diante da escalada nas especulações sobre sua substituição no cargo. Segundo fontes afirmaram ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a destituição de Prates era avaliada apenas para depois das eleições municipais, mas a situação já é considerada incerta.

    O desgaste de Prates entre integrantes do governo federal é antigo. Uma das principais críticas em relação ao presidente da estatal é que ele toma decisões sem consultar o setor, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, responsável pela articulação e coordenação das atividades do Executivo federal. Também há uma percepção de que o ex-senador não está conseguindo ter um papel de liderança à frente da empresa.

    A falta de relação com os integrantes do governo já tornou público o desalinhamento entre o comando da estatal e as pastas da gestão. Desde o início do governo, houve desgastes relacionados às indicações de conselheiros, à política de preço adotada até então pela empresa e à venda de ativos.

    O presidente da estatal acumula atritos que se intensificaram nas últimas semanas, com a proposta do pagamento de dividendos extras da Petrobras. A petroleira planejava liberar, no primeiro semestre deste ano, R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários. O Planalto, porém, barrou o movimento por meio de seus indicados no conselho da empresa. Agora, o valor deverá ser distribuído. A estimativa de técnicos do Executivo é que algo entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões do total de dividendos iriam para o governo.

    Conforme mostrou mais cedo o Broadcast Político, na quarta-feira, 3, houve um acordo entre Rui Costa, Alexandre Silveira e Fernando Haddad (Fazenda) para o pagamento dos dividendos extraordinários. A proposta deve ser levada a Lula via o chefe da Casa Civil.

    Com a proximidade das eleições municipais, Lula planejava esperar o resultado do pleito para fazer uma análise de sua equipe do governo e pensar em possíveis mudanças. Neste desenho, uma reforma ministerial, de olho no resultado do pleito e na governabilidade do chefe do Executivo no Parlamento, é vista como certa. O presidente da Petrobras, inicialmente, passaria por uma reavaliação neste período para decidir sua permanência ou não no comando da estatal.

    Diante dos novos desdobramentos, a permanência de Prates é vista como incerta. Um dos nomes cotados, inclusive, é do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, apurou o Broadcast Político.

    Fontes, contudo, ressaltam que a decisão cabe a Lula. O chefe do Executivo está em viagem a Pernambuco nesta quinta-feira, 4, e na sexta-feira, 5, terá agendas no Ceará.

    Diante disso, integrantes do governo aguardam o retorno do presidente à capital federal para uma decisão. Contudo, fontes ressaltam que uma possível substituição de Prates não será feita sem o chefe do Executivo estudar bem os impactos de uma mudança no comando da estatal.

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