• Penúria nas contas da prefeitura atinge a Bauernfest e Natal Imperial já está ameaçado

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  • 08/jun 04:08

    Como todo ano – e não apenas nesse em que há graves dificuldades financeiras nas contas públicas – a atual gestão deixa para cima da hora a organização da Bauernfest. O governo ainda não entendeu que quanto mais cedo estiver tudo acertado, mais chance de divulgar com antecedência e atrair mais visitantes. Isso porque além de celebrar raízes culturais da cidade, a festa tem, sim, viés turístico. Este ano, mais uma vez, está sendo tudo feito em cima do laço e agora com o agravante de não ter recursos.

    Bauernfest encolhe

    A penúria financeira alegada por Bomtempo atravessou o caminho da festa justamente no ano que se celebra o bicentenário da chegada dos primeiros colonos alemães ao Brasil. A prefeitura não lançou edital de chamamento de patrocínio (mas teria conseguido alguma verba, que não se sabe quanto, de uma empresa ainda não divulgada).  Os distritos foram os primeiros a dançar: não vai ter atração por lá. E corre o risco de não ter nem na Praça da Liberdade. Vai ser aquela festa encolhida, acanhada, como a gestão Bomtempo gosta de fazer. Só esquece que sem público gira menos dinheiro na cidade.

    Festas são da cidade

    É uma questão que vem sendo levantada há tempos, com mais ênfase recentemente: as festas como a Bauern e o Natal Imperial não são da prefeitura. Elas são da cidade. Vários setores dependem delas para dar aquela aquecida nas vendas. E organizar no modelo atual, sempre em cima da hora, sem patrocínio, sem ‘abrir’ para a participação da iniciativa privada dá nisso que vai ocorrer com a Bauern este ano e que provavelmente nos espera no Natal Imperial.

    Começando de novo

    A prefeitura esquece que sucessivos maus resultados decorrentes de falta de gestão dos eventos vão, ano a ano, afastando o público de fora da cidade. A festa vai encolhendo e recuperar de volta requer replanejar tudo, consumir mais dinheiro e muita estratégia de publicidade. É praticamente reiniciar do zero.  

    Em foto de Rodrigo Lopes, o engarrafamento diário na rua de acesso ao Hospital Alcides Carneiro depois que o hospital colocou uma cancela para fazer a triagem de entrada de veículos à unidade de saúde.

    Contagem

    Petrópolis está há 1 ano e 31 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

    Economia

    A gente contou aqui que mesmo sem R$ 288 milhões ‘a mais’ de ICMS, um rombo de R$ 1,4 bilhão (com projeção de chegar a R$ 2 bilhões em 2028), a prefeitura pretende gastar até R$ 200 mil em passagens aéreas para servidores, comissionados e secretários. E enquanto gasta em algumas áreas, corta em outras. As horas extras na Comdep teriam sido cortadas para economizar por causa da penúria. A prefeitura mostra que nem sabe o que é prioridade na hora de apertar o cinto…

    Repasses

    Falando em Comdep, só este ano a prefeitura já empenhou mais de R$ 58 milhões para a Comdep, investimento em limpeza urbana. E a olha que neste volume não entra nem o pagamento da coleta de lixo que é um contrato gerido pela Secretaria de Serviços e Ordem Pública. Até o final do ano, neste ritmo de transferências, a Comdep deve receber além da média anual de R$ 100 milhões de repasses da prefeitura.

    Subiu no telhado

    Depois da declarada situação de miséria admitida pela prefeitura à justiça, a propalada Secretaria de Economia Solidária, Trabalho, Emprego e Renda subiu no telhado. A lado de duas novas pastas- Pessoa com Deficiência e a da Mulher – todas aprovadas pelos vereadores no finalzinho de 2023, a nova estrutura de gestão Bomtempo não vai vingar com o fim do repasse do ICMS a mais.

    Dinheiro tem, mas…

    Entre 2012 e 2023, o governo federal, segundo o Tribunal de Contas da União, deixou de utilizar 35,5% dos recursos alocados para o programa de Gestão de Riscos e Desastres da Defesa Civil. Os dados ainda mostram que cerca do total previsto no Orçamento para ações de resposta, recuperação e prevenção (R$ 33,75 bilhões), apenas R$ 21,79 bilhões foram realmente empregados pela União ou repassados aos estados e municípios.

    Petropolitano não pode ver uma fresta de sol que já se joga no primeiro gramado que encontra para curtir. Aqui, na Praça da Águia.

    Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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