• Pelosi deixa comando do partido e minoria democrata busca novo líder

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  • 18/11/2022 08:02
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a primeira mulher a ocupar o cargo, anunciou nesta quinta, 17, que deixará de liderar seu Partido Democrata quando os republicanos assumirem o controle da Casa, em janeiro. O anúncio deu início a uma campanha entre a nova geração do partido pela chefia da legenda.

    Entre os possíveis substitutos de Pelosi está Hakeem Jeffries, de Nova York, que pode fazer história ao se tornar o primeiro líder negro do Partido Democrata.

    “Para mim, chegou a hora de uma nova geração liderar a bancada democrata, que respeito profundamente”, disse Pelosi, de 82 anos, em um discurso no plenário da Câmara, onde foi aplaudida de pé. Ela continuará atuando como deputada, representando a cidade de São Francisco.

    A política está na presidência da Câmara desde janeiro de 2019, o terceiro posto na hierarquia política dos EUA depois do presidente e do vice. Antes, ocupou o cargo de 2007 a 2011.

    Atentado

    Sua decisão foi anunciada após o ataque brutal contra seu marido, Paul, no mês passado, em sua casa em São Francisco. Ela observou que se sentia culpada pelo ataque, pois o intruso estava procurando por ela. “Onde está Nancy?”, dizia o agressor, ecoando os gritos dos ativistas pró-Trump na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, que a buscavam pelos corredores do prédio.

    Em seu discurso, a democrata lembrou o ataque ao Capitólio. “A democracia americana é majestosa, mas é frágil. Muitos de nós aqui testemunhamos sua fragilidade em primeira mão, tragicamente nesta Câmara. Ela deve ser defendida para sempre das forças que desejam prejudicá-la”, disse.

    Em seus 35 anos servindo na Câmara, Pelosi acumulou respeito ao conseguir a aprovação das principais prioridades de seu partido. Ela liderou a bancada em uma difícil luta em 2010 para aprovar a Lei de Cuidados Acessíveis, o Obamacare, e, mais recentemente, conseguiu uma maioria mínima ao aprovar várias peças-chave da agenda legislativa do presidente Joe Biden.

    Ela ficou conhecida como a principal opositora de Donald Trump, a quem combateu duramente o mandato do republicano na Casa Branca. Trump chegou a chamá-la de “crazy Pelosi” quando ela anunciou a intenção de visitar Taiwan, apesar do potencial atrito com a China.

    Na terça-feira, 15, no discurso em que anunciou sua candidatura à Casa Branca e dois dias antes de Pelosi tornar pública sua decisão, Trump disse que ela tinha sido “demitida”. “Nancy Pelosi foi demitida. Isso não é legal?”, disse a sua plateia de apoiadores na Flórida, supostamente se referindo ao fato de que ela não seria mais presidente da Câmara após os republicanos obterem maioria.

    Substitutos

    Os democratas ficaram congelados aguardando sua decisão antes de se envolverem em qualquer disputa pública sobre quem poderia substituí-la, agora que o partido atuará como minoria na próxima legislatura. No Senado, mantiveram a maioria.

    Minutos após o discurso de Nancy, um grupo de jovens deputados iniciou uma campanha para assumir os altos escalões de sua bancada: Katherine Clark, de Massachusetts, e Pete Aguilar, da Califórnia, além de Jeffries. Em um comunicado, Jeffries prestou homenagem a Pelosi, mas não mencionou seus planos de buscar o cargo de liderança, embora sua intenção tenha sido amplamente divulgada pela imprensa americana.

    Em entrevista, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez disse que o anúncio de Pelosi foi um momento histórico que trará mudanças para o partido. Ela evitou dar seu apoio a Jeffries, que no passado bateu de frente com grupos progressistas que ela integra. Questionada sobre a possibilidade de ele se tornar o líder, ela disse: “Há muito ainda a ser curado e feito em nossa bancada.”

    Na noite de quarta-feira, 16, o Partido Republicano conquistou a 218.ª cadeira das 435 da Câmara, que lhe deu maioria. A contagem de votos ainda continua. Mesmo uma diferença de apenas um dígito permitirá aos republicanos administrar as comissões e manter a pressão sobre Biden com uma série de investigações contra seu governo e sua família, como ameaçaram. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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