Pelo menos 870 cidades atrasam segunda dose da vacina
Diante da escassez de vacinas contra o novo coronavírus no País, ao menos 870 municípios, de 22 Estados, ficaram sem estoque para aplicar a segunda dose do imunizante no prazo previsto pelo fabricante. Além disso, 675 cidades informaram também falta da primeira dose para aplicação em grupos prioritários. Os números são de pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), realizada entre segunda e ontem.
Os dados mostram que, do total de 2.824 prefeituras participantes do estudo, 30,8% informaram ter ficado sem reserva para a segunda injeção da Coronavac, prevista para ocorrer entre 14 e 28 dias após a primeira, conforme orienta o Instituto Butantan, que fabrica a vacina. Outros 1.954 (69,2%) responderam que não tiveram esse problema. Em relação à primeira dose, 23,9% das cidades respondentes (675) declararam ter faltado o imunizante e 76,1% (2.145) disseram o contrário.
A Região Sul foi a que registrou maior problema: 259 cidades (27%) reclamaram de falta da primeira dose e 451 (47%) relataram problema para receber a segunda. No início da semana, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul informou faltarem 40.470 doses da Coronavac para concluir o esquema vacinal de idosos que receberam doses da remessa entregue em 20 de março. Mais 223 mil pessoas, que tomaram o imunizante de lote entregue em 26 de março, tinham o cronograma ameaçado. No Estado de São Paulo, cem municípios reportaram falta da primeira dose; e 103 em relação à segunda.
O Estadão revelou no início da semana que o atraso na entrega de um novo lote da Coronavac, previsto para este mês, fez com que cidades tivessem de suspender a aplicação da segunda dose, deixando centenas de milhares de pessoas com o esquema de proteção incompleto. Diante do problema, o Ministério da Saúde informou na terça-feira que a segunda dose da vacina deve ser tomada mesmo fora do prazo – assim que estiver disponível. Ontem, a pasta anunciou que vai entregar mais 104 mil doses da Coronavac. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.