• Peixes mortos aparecem nas proximidades da Represa Billings

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 10/set 22:32
    Por Caio Possati / Estadão

    A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apura o surgimento, desde o domingo, 8, de alta quantidade de peixes mortos no Parque Estoril, em São Bernardo do Campo, nas proximidades da Represa Billings, região metropolitana de São Paulo. Conforme a gestão municipal de São Bernardo, as atividades aquáticas no local estão suspensas e as autoridades foram acionadas “para investigar as causas do problema”.

    Ainda não há informações sobre o que provocou a mortes dos animais. Os peixes foram encontrados em um braço do Rio Grande, perto de região do manancial usado para a captação de água e distribuição às cidades do ABC Paulista, como São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema e São Caetano.

    A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) afirma que o abastecimento de água “opera normalmente e sem interrupções no processo de tratamento da água”. Diz ainda que a captação é feita no braço Rio Grande, “que é separado da Represa Billings”.

    O Estado tem registrado nas últimas semanas baixa umidade por conta da falta de chuvas, altas temperaturas e grande concentração de poluentes trazidos de queimadas espalhadas em diferentes regiões do País.

    Quando as águas apresentam alta concentração de matéria orgânica, as bactérias acabam utilizando o oxigênio para os processos respiratórios, diminuindo a concentração do gás disponível para os peixes.

    Conforme a Cetesb informa em nota, os técnicos da companhia foram ao local, e realizaram coleta de amostra com o objetivo de verificar as características das águas “e entender a razão da mortandade de peixes”. O trabalho foi feito pelas equipes das Agências Ambientais ABC I e ABC II, e técnicos em Ecotoxicologia Aquática e da divisão de Amostragem.

    “Também foi recomendado aos gestores do Parque Estoril, às margens da represa Billings, o recolhimento dos peixes mortos”, disse a Cetesb, no comunicado.

    Também em nota, a prefeitura de São Bernardo do Campo informou que suspendeu as atividades no parque municipal e disse que as autoridades foram acionadas para investigar o caso. “A Administração aguarda resultado de perícia realizada pela Cetesb para permitir a retomada das atividades aquáticas no local”, afirmou.

    A gestão municipal destacou ainda que a Billings “é de responsabilidade da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), do Governo do Estado”.

    Bióloga e professora da Universidade de São Caetano do Sul, Marta Angela Marcondes foi ao local na segunda-feira, e lamentou a presença de dezenas de peixes mortos no braço da represa.

    “Tudo o que vocês veem são peixes mortos em um dos braços (do Rio Grande), bem na entrada do parque. Quando cheguei mais cedo, os peixes estavam mais para o meio, e agora, como tem vento, estão chegando na beira”, disse ela, em vídeo postado nas redes sociais.

    “É triste ver esses animais todos morrendo e coletamos a água para poder verificar qual foi o motivo da mortandade desses animais. O oxigênio está bem abaixo do que costumamos ver nesse braço”, completou a bióloga.

    A Sabesp afirma que o abastecimento de água “opera normalmente e sem interrupções no processo de tratamento da água”. Diz ainda que a captação é feita no braço Rio Grande, “que é separado da Represa Billings”.

    A companhia informa ainda que “realiza monitoramento constante, desde o manancial à distribuição” e Acrescenta que as análises e controle de qualidade são feitas diariamente para atender aos “padrões de potabilidade exigidos pelos órgãos de saúde e vigilância sanitária”.

    Queda na concentração de oxigênio é causa frequente de mortes

    “Oxigênio Dissolvido (OD) é um fator limitante para manutenção da vida aquática e de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de esgotos”, informa a Cetesb. “Uma das causas mais freqüentes de mortandade é a queda na concentração de oxigênio nos corpos d’água”.

    O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da vida aquática, estabelecido pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de 5 mg/L, mas há uma variação na tolerância de espécie para espécie.

    Últimas