Pedestre mordido por cachorro de rua não encontra antirrábica em Petrópolis
Os petropolitanos que precisarem tomar a vacina antirrábica devem ficar atentos porque o medicamento está em falta no município. O arquiteto Luiz Antônio Rodrigues está sentindo na pele a angústia de não conseguir o remédio. No domingo, por volta das 9h, ele foi mordido por um cachorro de rua quando ia para academia, na altura da Praça da Inconfidência. Em poucos minutos ele procurou atendimento no Hospital Unimed e, após ter o machucado limpo, foi liberado e encaminhado para a UPA do Centro. Foi então que a saga em busca do remédio começou.
Assim que recebeu alta do hospital, foi informado que, por conta do ferimento, precisava tomar as vacinas antitetânica e antirrábica. Mas no momento da imunização, soube que a antirrábica está em falta e que por isso ele deveria procurar outra unidade. Diante dos riscos da doença, que tem grande índice de mortalidade, ele seguiu para UPA de Cascatinha, onde foi informado sobre o mesmo problema: não há o medicamento. Como última alternativa, o arquiteto seguiu para o Departamento de Doenças Infecto Parasitárias (DIP), onde também não recebeu ajuda.
“Depois de todo esse deslocamento, com dor e incômodo na perna, além do estresse devido ao ocorrido, não consegui ajuda em nenhum dos lugares onde fui. Consegui apenas a antitetânica. A antirrábica, tão importante quanto, não. Como se não bastasse, no cartão de vacinação que recebi ainda veio escrito a importância de tomar a vacina, por conta da gravidade da doença. No meu caso preciso de três doses e o tempo limite para receber a primeira termina nesta terça-feira, o que vou fazer?”, disse preocupado.
Como última alternativa Luiz buscou as clínicas particulares para tomar o remédio, mas foi informado que os locais não aplicam esse tipo de vacina. “Vou entrar na justiça contra a prefeitura, afinal os problemas de cachorros soltos nas ruas deve ser solucionado pelo município. E é obrigação ter esse tipo de medicamento na rede pública, ainda mais um que não é fornecido por clínicas particulares, ou seja, as pessoas que precisam do remédio ficam sem opção”, salientou.
Prefeitura confirma que não há vacina antirrábica
A Secretaria de Saúde informou que está cobrando da Secretaria de Estado de Saúde, responsável pelo fornecimento da vacina antirrábica aos municípios, a regularização do repasse das doses. A Secretaria ressalta que o problema é enfrentado por outras cidades do estado e ainda não há previsão para o restabelecimento dos estoques. A Direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro fará contato com pacientes que buscarem pelas doses, assim que os estoques forem normalizados, para que seja feita a imunização.