Peça mostra as vantagens de ouvir a fala do corpo
Uma escritora de mensagens de biscoitos chineses desenvolve uma habilidade original e surpreendente: ela consegue ouvir a microconversa telefônica de sua célula com um micróbio, que são amigos de infância. Ouve também discussões entre o intestino grosso e o delgado e as memórias de sua célula cardíaca. Essa “viagem interior” é o tema da curiosa peça A Imensidão Íntima das Coisas, que tem sessões de 5.ª a sábado, às 18h, no Sesc 24 de Maio.
Escrita por Ana Paula Lopez (que também está em cena, ao lado de Alessandro Hernandez, Fernanda Castello Branco e Lilian Regina), a peça é narrada pela psicanalista P, que acompanha o caso e conta como o fenômeno lança a escritora (identificada apenas como “Ela”) em uma aventura literalmente por dentro de si mesma. Assim, entram em cena células, micróbios, vírus e órgãos. A peça não busca respostas, mas sim fazer perguntas, comenta a autora.
O fascínio pelo que se esconde debaixo da pele humana já inspirou obras clássicas, como o livro de ficção científica Viagem Fantástica, de Isaac Asimov. A trama, que inspirou um filme dirigido por Richard Fleischer em 1966, acompanha um grupo de médicos que são miniaturizados, colocados em um diminuto submarino e injetados na corrente sanguínea de um paciente que precisa passar por uma cirurgia cerebral.
Já a animação Divertida Mente (2015), da Pixar, trata da inteligência emocional de forma didática ao transformar os principais sentimentos humanos nos personagens Raiva, Tristeza, Nojinho, Medo e Alegria, cujas relações interferem diretamente no comportamento. Também de forma divertida, A Imensidão Íntima das Coisas mostra que, quando consegue ouvir o próprio corpo, a pessoa encontra caminhos para se libertar de tendências fundamentalistas e castradoras.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.