Patrimônio da cidade continua abandonado
Desapropriado pela Prefeitura há quase 10 anos e incorporado ao patrimônio do município em 2014, o casarão localizado na esquina das ruas Alberto Torres e Floriano Peixoto, no Centro Histórico, continua abandonado. O imóvel está praticamente em ruínas. Janelas, portas e telhados quebrados, o mato tomando conta das paredes externas e quase não é mais possível ver a cor original da casa. Um projeto ,com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Rio de Janeiro (Padec), anunciado em 2014, que poderia garantir a restauração do imóvel, ainda não saiu do papel.
A Prefeitura alega que não há recursos para viabilizar investimentos no local e que por isso está buscando parceria para a recuperação do casarão e a execução do projeto. Enquanto o dinheiro não chega e o projeto não é executado, o imóvel vai se deteriorando com o tempo. “Quase nada foi feito por este casarão. Houve a desapropriação e depois a incorporação ao patrimônio do município, foram ações que visaram proteger o bem, mas que na prática não deram resultado, pois nada de efetivo foi feito. O casarão continua abandonado e sem nenhuma ação de restauração”, disse o presidente da ONG Instituto Civis, Mauro Corrêa.
A presidente da ONG Ama Centro Histórico, Myrian Born também lamenta o abandono do casarão. “O poder público ,que é responsável pelo imóvel, não toma nenhuma medida e não cuida do que é seu. Pode não haver recursos para uma grande intervenção, mas Centro Histórico, Myrian Born também lamenta o abandono do casarão. “O poder público ,que é responsável pelo imóvel, não toma nenhuma medida e não cuida do que é seu. Pode não haver recursos para uma grande intervenção, mas isso não justifica abandonar o casarão. Se o contribuinte não cuidar da sua casa ele é punido pelo poder público, então que o município faça sua parte”, protestou.
O casarão foi desapropriado pela Prefeitura por falta de pagamento de impostos e em fevereiro de 2014 foi incorporado ao patrimônio publico do município para ser destinado a atividades coletivas de promoção cultural. Além disso, também havia a proposta de o imóvel ser sede do Corredor Cultural que teria como objetivo a realização de atividades culturais entre a Praça da Inconfidência e as ruas Marechal Floriano Peixoto e Alberto Torres. No entanto, até o momento, nenhum desses projetos foram executados.
Quem passa pelo local diariamente lamenta o abandono do imóvel que além da desapropriação e da incorporação, também é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). O tombamento é de 1998 e contempla todo o conjunto arquitetônico das ruas Floriano Peixoto e Alberto Torres. “Já tentamos até fazer um abaixo assinado para cobrar ações efetivas da Prefeitura, mas nada adiantou. É uma pena”, disse uma comerciante da rua.
Além do estado de abandono também há preocupação com as invasões. Na última quinta-feira, quando a equipe da Tribuna esteve no local foi possível encontrar tapetes estendidos no lado de fora e também embalagens de produtos de limpeza. Segundo os comerciantes da região, uma mulher vai até a casa de vez enquanto cuidar de alguns cachorros que moram no terreno.