Pastoral da Caridade ajuda mais de 300 famílias levando alimentos e solidariedade
Quem chega na Paróquia de Santo Antônio no Alto da Serra nas terças-feiras pela manhã, encontra voluntários com passos apressados para organizar os quilos de alimentos que formarão kits de cestas básicas. No pátio, há mesinhas para o atendimento dos assistidos, divididas por ordem alfabética para não ter confusão. Todos os meses, essa dinâmica de voluntários distribui 380 cestas básicas às famílias que moram no Alto da Serra e comunidades assistidas pela paróquia. A Pastoral da Caridade faz um trabalho de acolhimento e tem ajudado muitas famílias, principalmente, durante o período de pandemia.
“Nunca ninguém sai de mãos vazias”, seguindo um princípio do padre Francisco Montemezzo, que por mais de 30 anos desenvolveu um trabalho de doação de alimentos na paróquia, a Pastoral da Caridade não deixa ninguém ir embora sem ao menos uma sacolinha com alguns quilos. O trabalho que era desenvolvido junto também com as Irmãs Canossianas, hoje, é tocado pelo padre José Celestino Coelho, que administra a paróquia, junto com as irmãs da Arca de Maria.
A pastoral existe há alguns anos, mas durante a pandemia o trabalho de doação de cestas básicas se intensificou. A voluntária Sheila Roque conta que o número de famílias aumentou, muitos perderam o emprego e grande parte tem filhos em idade escolar, com a suspensão das aulas presenciais as crianças passaram a fazer todas refeições em casa, o que para algumas famílias pesou muito.
O grupo conta com mais de 20 voluntários, entre aqueles que participam da entrega de doações, visitam as famílias em um trabalho de assistência e orientação espiritual e aqueles que fazem a captação de recursos. A pastoral mantém o trabalho com a doação de alimentos que chegam pela campanha do quilo que é feita durante todo o ano nas igrejas, com o grupo Peleja que ajuda na captação, mas principalmente com o Bazar das Irmãs.
O bazar é bastante conhecido na comunidade e funciona na casa das Irmãs, próximo à Igreja, na Rua Cel. Albino Siqueira. São aceitas doações de roupas de adultos, crianças, eletrodomésticos, utensílios para a casa, tudo o que é arrecadado com a venda é revertido em alimentos. A renda do Bazar já ajudou a construir um outro projeto, a Casa da Acolhida, que funciona como uma hospedagem para as pessoas que moram em municípios vizinhos e precisam vir à Petrópolis para tratamentos de saúde e que não tenham condições de arcar com as despesas de um hotel. No espaço, é oferecido o acolhimento gratuito.
As voluntárias contam que o trabalho desenvolvido pela Pastoral ajuda não apenas as famílias, mas a elas próprias. Há cerca de três meses, os voluntários iniciaram um novo projeto: a Pastoral de Rua. Toda semana, um grupo vai às ruas oferecer uma refeição, um cobertor e acolhimento à população em situação de rua. Durante a pandemia a situação deles também foi agravada. Muitos recebiam refeições doadas por estabelecimentos, como lanchonetes e restaurantes, mas com o fechamento por causa das restrições, em muitos casos, a única refeição do dia era o sopão distribuído pela Pastoral. A campanha de arrecadação de cobertores, também foi uma iniciativa que começou com o padre Francisco realizada durante os meses de inverno e que agora se estende por todo o ano.
Além de cobertores e agasalhos, a Pastoral de Rua recolhe caixas de leite vazias. As voluntárias Andrea Saraiva e Andrea Oliveira explicam que descobriram na internet um tutorial de como transformar caixas de leite em cobertores térmicos. As caixas são limpas e desmontadas e costuradas, formando uma grande manta que é doada às pessoas que moram nas ruas.
A Pastoral da Caridade vive de doações que chegam na paróquia, no bazar e por meio da conta bancária. São aceitas doações de itens para o bazar, alimentos e caixas de leite vazias. Para mais informações, pelo telefone: (24) 2242-4310.