Passageiros reclamam da precariedade do transporte público em Petrópolis
Embora a Prefeitura tenha divulgado recentemente que parte da frota de ônibus foi renovada, não é essa a realidade que os passageiros veem no dia a dia. Nesta segunda-feira (13), um ônibus da empresa Cascatinha precisou ser empurrado na Rua do Imperador após sofrer problemas mecânicos.
Os bairros da cidade também sofrem com a falta de eficiência e manutenção dos coletivos. Eliane Silis é moradora da Comunidade do Neylor, ela conta que, além dos ônibus demorarem muito para chegar nos pontos, ainda deixam diversos moradores, literalmente, a pé, já que quebram com frequência.
Um ônibus, inclusive, perdeu o freio em uma das viagens no bairro. O problema coloca em risco a segurança dos passageiros que utilizam o transporte público com frequência.
“Está péssimo, ônibus sucateados, tem dias que ficamos horas sem o ônibus pois está quebrado e não tem outro carro para por no lugar”, diz Marta Cunha, vice presidente da Associação do Monte Florido e Vila Catarina sobre o ônibus da linha 521 – Monte Florido.
A fim de buscar melhorias, moradores fizeram manifestação no bairro em novembro e dezembro de 2022. Marta diz que a empresa, depois de mais de duas horas, mandou um inspetor para conversar com os manifestantes.
Na ocasião, o presidente da CPTrans conseguiu marcar uma reunião com o Sr. Izidro, diretor da empresa de ônibus Cascatinha. No entanto, o caos continua e os moradores ainda sofrem com os coletivos no bairro.
Já na reunião, que aconteceu em dezembro do ano passado na sede da CPTrans, Marta citou que as equipes da empresa Cascatinha retiraram o carro que faz a linha 521 – Monte Florido para fazer outras linhas e os moradores ficaram sem o ônibus. O ônibus atendeu até o bairro Retiro. Os moradores souberam que o ônibus que fazia a linha está quebrado na garagem.
“O que acontece é a falta de carros para fazer a troca e a manutenção. Tiveram vários episódios de ônibus sem freio. Cascatinha e Petro Ita estão realmente sucateadas, colocando a vida dos passageiros, motoristas e cobradores em risco”, diz Marta.
Ainda na reunião, foi informado pelo diretor da empresa Cascatinha que a compra de carros novos foi feita, mas foram somente carros maiores, os que atendem as linhas 521, 522, 523, 524 e 517 são microônibus.
Na tarde desta terça-feira (14), moradores postaram no grupo do WhatsApp da comunidade que estão sem ônibus. Marta diz que, como o carro que atende a comunidade está quebrado, foi colocado um que está em péssimas condições e que não aguenta fazer muitas viagens.
Uma das passagens mais caras do Estado
Petrópolis tem uma das passagens de ônibus mais caras de todo o Estado do Rio de Janeiro. A tarifa na Cidade Imperial custa R$ 4,95 no dinheiro e R$ 4,80 no cartão.
Em Teresópolis, cidade vizinha, o valor foi reajustado recentemente para R$ 4,90 no último domingo (8). Antes do reajuste, a passagem custava R$ 4,40 no município.
Na cidade do Rio de Janeiro, a tarifa dos ônibus municipais custa R$ 4,30 após aumento anunciado no dia 30 dezembro pelo atual prefeito, Eduardo Paes.
Em Nova Friburgo a passagem não sofreu aumento e permanece a R$ 4,20.
A tarifa municipal em Três Rios era de R$ 3,20 e passou para R$ 3,90 em agosto de 2021. Já na cidade vizinha, Areal, a partir de 25 de junho do ano passado, as tarifas do transporte público, passaram a custar em todas as linhas o valor único de R$ 4.
Questionamos a Prefeitura de Petrópolis, que informou o seguinte: “A atual gestão vem adotando medidas para melhorar o transporte público. Entre as ações está a intervenção nas linhas da empresa Cascatinha que circulam no Carangola. A intervenção aconteceu em julho resultando na substituição de 12 ônibus na comunidade.”
A Prefeitura ainda informou que a assinatura do termo de cooperação entre a Prefeitura, por meio da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), e o Setranspetro também faz parte das ações. Em três meses do acordo, 28 veículos seminovos entraram em circulação em 17 comunidades. A previsão é que nos próximos meses mais de 40 veículos novos e seminovos estejam em operação.
Também procuramos o Setranspetro, mas, até o fechamento da matéria, não tivemos retorno.