• Passageiros ficam sem informações sobre a operação do transporte no segundo dia de paralisação da Petro Ita

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  • 07/set 19:22
    Por Wellington Daniel | Foto: Wellington Daniel

    Passageiros que dependeram do transporte público na área onde a Petro Ita ainda possui permissão para operar enfrentaram dificuldades neste sábado (07), segundo dia de paralisação dos rodoviários da empresa. O atendimento nos bairros foi feito de forma emergencial pelas demais viações – Cidade Real, Cidade das Hortênsias e Turp. A medida foi anunciada na noite de sexta-feira (06) pela Prefeitura sem anunciar detalhes de horários e itinerários, falta de informação que se seguiu ao longo do Feriado da Independência.

    A reportagem acompanhou uma viagem de um coletivo da Cidade das Hortênsias, que foi uma das primeiras a realizar a operação emergencial. O embarque foi por volta de 11h30, na Rua Paulo Barbosa. O coletivo estava com o letreiro como “CDH Especial” e para descobrir o itinerário, tinha que questionar o motorista. Neste caso, o destino era a Ponte Fones, mas com baldeação em outras localidades.

    O Valparaíso foi um dos locais atendidos pelo coletivo que a reportagem embarcou. A caminho de lá, estava a Maria das Graças, 70, que embarcou por volta de 11h40 no coletivo, junto com Sebastião Duarte, 73, a caminho do São Sebastião. Dona Maria já tinha reclamações sobre a operação da Petro Ita, mas o sábado também foi difícil.

    “Para vir para o Centro, desci até as Duas Pontes. Para ir para casa, está complicado. Não tem quem dê informações”, relatou a passageira, que precisou descer na rua principal e andar mais 10 minutos para chegar até em casa, já por volta de 12h10.

    O coletivo continuou a viagem descendo pelas Duas Pontes e indo em direção à Praça Pasteur. Dali, seguiu rumo ao São Sebastião, onde desceu Duarte. “Hoje está complicado. Precisamos procurar saber onde sai algum ônibus que vai para o bairro da gente”, informou o passageiro, que desembarcou por volta de 12h20 na praça do bairro, de onde o ônibus retornou e seguiu em direção à Ponte Fones.

    Em dias normais, com a operação da Petro Ita normalizada, seu Sebastião poderia contar com diversos coletivos, caso não estivessem com falhas mecânicas, o que também era comum no bairro. As linhas por lá atendem as ruas Olga Castrioto, Vital Brasil, Tancredo Neves e Capitão Paladine.

    Cidade das Hortências foi uma das primeiras a realizar operação emergencial nas áreas que seriam responsabilidade da Petro Ita. Foto: Wellington Daniel/Tribuna de Petrópolis.

    No desembarque na Ponte Fones, já foi possível notar um reforço na operação emergencial, com mais ônibus da Turp e da Cidade Real, mas ainda sem informações claras de quais bairros estavam sendo atendidos e em quais horários. No ponto, os passageiros tentavam se ajudar e, a cada ônibus que passava, a pergunta do itinerário se repetia.

    “O problema é se ainda estiver assim na segunda-feira”, disse um deles, preocupado, pois trabalha no Quitandinha.

    Um pouco mais abaixo, as duas garagens da Petro Ita guardavam os coletivos, que foram rebocados no dia anterior. Desde o início da paralisação, a empresa ainda não emitiu nenhuma nota oficial sobre o assunto.

    Até às 17h10, a última nota do Sindicato dos Rodoviários dizia que os trabalhadores seguiam em estado de paralisação. Desta vez, apontavam também a falta de contato da Prefeitura e da CPTrans para resolver a situação. Os trabalhadores também informaram que apenas parte dos pagamentos atrasados foi paga pela Petro Ita.

    Leia também: Paralisação de rodoviários da Petro Ita já dura quase 24h

    A Prefeitura disse que estava tomando todas as medidas para garantir o transporte na Zona Sul, afetada pela paralisação. Lembrou da autorização para a operação emergencial por parte das demais empresas, mas novamente não deu detalhes de horários e itinerários praticados.

    “Infelizmente, a falta de respeito da Petro Ita com seus funcionários não é novidade. Diariamente, a empresa põe em risco a vida desses trabalhadores e, por meio de nota do Sindicato dos Rodoviários, tomamos conhecimento de que os salários não foram pagos integralmente”, disse a nota da Prefeitura.

    O município também disse que tem mediado a situação entre rodoviários e empresas desde o início do processo de substituição e reiterou que a Mesa Permanente de Diálogo (entre município, rodoviários e empresas) está aberta para mediar e resolver as demandas nas recentes intervenções.

    “A Prefeitura está à disposição para uma reunião extraordinária e segue trabalhando pelos direitos de rodoviários, usuários e de todos os petropolitanos”, concluiu a nota.

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