Partido conservador vence eleição legislativa da Grécia, mas não conquista maioria
O primeiro-ministro da Grécia, Kiriakos Mitsotakis, cujo partido conservador obteve uma vitória esmagadora nas eleições deste domingo (21), mas sem as cadeiras necessárias no Parlamento para obter uma maioria, indicou que deve buscar uma segunda eleição em uma tentativa de consolidar a vitória sem a necessidade de um parceiro de coalizão.
De acordo com os resultados, o partido do primeiro-ministro, o Nova Democracia, estava muito a frente do partido de esquerda Syriza. Mesmo assim, o partido da situação não conseguiu garantir a maioria das 300 cadeiras do parlamento. Para formar um governo, ele teria de buscar um parceiro de coalizão de um partido menor ou ir a uma segunda eleição. “Precisamos acelerar o processo para uma solução definitiva de governo”, afirmou Mitsotakis.
Apoiadores do partido do primeiro-ministro se aglomeraram na entrada da sede do partido em Atenas para aplaudir e festejar os resultados das urnas.
Uma segunda eleição, que provavelmente será realizada no final de junho ou início de julho, será conduzida sob uma nova lei eleitoral que concede assentos extras ao partido vencedor, facilitando a formação de um governo por conta própria.
A eleição de domingo foi a primeira da Grécia desde que sua economia deixou de estar sob estrita supervisão de credores internacionais que forneceram fundos de resgate durante a crise financeira de quase uma década do país.
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, 48 anos, foi primeiro-ministro durante alguns dos anos mais tumultuados da crise e tem lutado para recuperar o amplo apoio de que desfrutou quando foi levado ao poder em 2015 com a promessa de reverter as medidas de austeridade impostas pelo resgate.
Desde que chegou ao cargo de primeiro-ministro em 2019, Mitsotakis apresentou um crescimento inesperadamente alto, uma queda acentuada no desemprego e um país prestes a retornar ao grau de investimento no mercado global de títulos pela primeira vez desde que perdeu o acesso ao mercado em 2010, no início da crise financeira.
As dívidas com o Fundo Monetário Internacional foram pagas antecipadamente. Os governos europeus e o FMI injetaram 280 bilhões de euros (US$ 300 bilhões) na economia grega em empréstimos de emergência entre 2010 e 2018 para impedir a falência do membro da zona do euro. Em troca, exigiam medidas punitivas de corte de custos e reformas que reduziram a economia do país em um quarto. Fonte: Associated Press.