Paralisação de servidores da Educação interrompe atividades em 25 creches
A paralisação de servidores da Educação, iniciada ontem, interrompeu as atividades em 25 dos 70 Centros de Educação Infantil do município. Oito funcionaram parcialmente, segundo dados do Departamento de Inspeção Escolar da Secretaria Municipal de Educação. Em 5 das 112 escolas também não houve aulas e em outras três as atividades foram parciais. A previsão é que a paralisação seja mantida também hoje e amanhã, sempre com início às 12h30.
Os profissionais da rede municipal de Educação cobram a redução da carga horária do pessoal de apoio (de 40h para 30h semanais), pedem a implementação da lei que destina 1/3 do tempo do tempo do professor para planejamento das aulas e reivindicam reposição salarial. Em 2016 a categoria não recebeu o reajuste de 6% anunciado no ano passado, e, este ano, foi informada sobre impossibilidade de negociação do dissídio, em julho. Segundo Rose Silveira, presidente do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) de Petrópolis, isso significa perda inflacionária de quase 10%. “Estamos apenas lutando pelos direitos de toda a categoria. Não é possível ficar o ano inteiro sem ao menos o reajuste inflacionário. Sem contar as outras mudanças que tinham sido prometidas e não estão sendo cumpridas”, ressaltou.
Para a educadora infantil Roselene César da Silva, a falta de reajuste deixa o salário dos servidores da Educação ainda pior. “Tudo está cada vez mais caro e o salário não dá! Como vamos viver nessas condições?”, questionou, aflita. Hoje, além da panfletagem informando a população sobre os motivos da manifestação, os professores prometem ainda ir até a Câmara de Vereadores solicitar um posicionamento do Legislativo sobre o projeto de lei que prevê a redução da carga horária. Já na quinta-feira, também após o trabalho de panfletagem, será realizada uma passeata até a Prefeitura.
Saiba mais
A redução da carga horária do pessoal de apoio para 30 horas semanais ainda não foi votada pela Câmara Municipal. A Prefeitura chegou a tentar fazer a mudança por meio de um decreto assinado pelo prefeito Bernardo Rossi, mas o Ministério Público Estadual considerou a medida irregular, alegando que a implantação deveria passar por análise e votação na Câmara. No fim de junho, a Prefeitura revogou o decreto e desde então o projeto está tramitando na Câmara Municipal. Além disso, o anúncio de redução da carga horária também gerou insatisfação entre as diretoras das unidades. Elas alegam que não há pessoal suficiente para atender a demanda. O sindicato, no entanto, garante que está tudo organizado e que a mudança é viável.