• Paralisação das obras de construção da subida da serra gera prejuízos para a cidade

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  • 24/07/2016 07:00

    A paralisação das obras da nova subida da serra de Petrópolis traz inúmeros prejuízos para a cidade. Representantes de diversos segmentos, como comércio e turismo, lamentam a decisão da Concer – concessionária que administra a rodovia BR-040 que, informou a redução do ritmo das obras, enquanto aguarda um posicionamento da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em relação ao reequilíbrio financeiro das obrigações contratuais da concessão, em razão do atual cenário econômico. Ela afirma que já cumpriu o percentual que cabia à concessionária, previsto no contrato de concessão assinado em 1995 e aguarda a posição da agência. A ANTT foi questionada sobre o assunto, mas não se pronunciou. 

    A construção da nova pista de acesso à Petrópolis teve início em 2013 e o último prazo de conclusão informado pela empresa era 2017. Quando começou, empregava 1.200 pessoas. Atualmente, o Consórcio Nova Subida da Serra, demitiu cerca de 200 trabalhadores e, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, deve demitir o restante até o fim desse mês, ficando apenas com os serviços das empresas subcontratadas. Além disso, destacou que tão logo o termo aditivo ao contrato de concessão seja assinado pela Agência, espera retomar o ritmo normal das intervenções, estabelecendo um novo prazo de conclusão do empreendimento. O Ministério dos Transportes já fez um repasse no valor de R$ 237,4 milhões, incluindo os anos de 2014 e 2015. O órgão disse que não há previsão definida para outro repasse. 

    Para as entidades que atuam no município, o atraso na conclusão das obras traz muitos prejuízos. Na opinião de Marcelo Fiorini, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), com a decisão de redução do ritmo das obras, a Concer precisa, pelo menos, dar atenção à atual subida, que está em condições precárias. “Tudo que acontece na serra prejudica diretamente o comércio na cidade, principalmente, os Polos de Moda. Antes a desculpa para não arrumar a estrada era a construção da nova pista, mas agora com a paralisação, esperamos que a concessionária tenha o bom senso de colocar a via em boas condições de tráfego”, afirmou. 

    Já o presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Germano Valente, disse que a subida da serra é uma das maiores reclamações dos turistas que chegam na cidade. “São muitos buracos, péssima sinalização e muitos engarrafamentos. Realmente, é muito ruim para o município ter seu principal acesso dessa forma”, lamentou. Declarou ainda que, atualmente, o turismo é o impulsionador de diversos setores produtivos da cidade e que seria ainda mais competitivo se tivesse uma boa estrada. Germano lembra ainda que, com a paralisação das obras, o sonho dos petropolitanos em ver a ligação Bingen-Quitandinha pronta, fica ainda mais distante. “Essa é uma necessidade antiga que melhoraria o fluxo não só para os turistas, mas também para os moradores do município”. 

    Um dos diretores da Ong Novamosanta, Fernando Varella, destaca ainda que a nova estrada, vai exigir uma reestruturação da circulação de veículos nos bairros Bingen e Duarte da Silveira, alcançando o centro da cidade. “Com o adiamento da inauguração, esses projetos de trânsito ficam paralisados, sem previsão para serem implementados”. Ele lembra também que vários empreendimentos imobiliários, especialmente condomínios em Itaipava, estão aguardando a conclusão das obras da nova subida, para o lançamento comercial dos seus empreendimentos. Assim como novos empreendimentos aguardam a inauguração da estrada para o início de sua operação. “Os investidores entendem que a nova subida vai fazer crescer o movimento de turistas e visitantes em até 30%”, declarou. 

    Varella reforça, por fim, que o adiamento sucessivo, também impacta no movimento de turistas, compradores da Rua Teresa e veranistas, que tem uma segunda casa na região de Itaipava e se queixam muito das condições da pista na subida da Serra. “Reclamam até que o alto preço do pedágio não é compatível com a manutenção que a Concer está realizando na rodovia, especialmente com relação a estrada, que apresenta falhas, trincados e depressões”, concluiu. 


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