Para vencer a crise empresários investem no mercado online
As vendas online – usando as redes sociais ou sites específicos – estão ganhando cada vez mais espaço entre os consumidores e se tornando a alternativa para muitos lojistas garantirem a clientela. As lojas físicas estão perdendo clientes que estão mais conectados na hora de fazer compras. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as vendas pela internet registraram uma receita bruta de R$ 43,84 bilhões em 2016, crescimento de 8,2% em relação ao ano anterior (R$ 40,52 bilhões).
Para vencer a crise e garantir o faturamento no fim do mês, grandes marcas de Petrópolis estão optando pelas vendas online. As redes sociais – Instagram e Facebook – viraram vitrines para expor os produtos. A mudança na forma de vender traz vantagens: menos custo com aluguéis e funcionários; além de trazer uma maior visibilidade da marca.
Há um ano e 10 meses, a proprietária da Casa Verde, Denise Fiorini, optou pelas vendas online. A loja existe há 50 anos na Rua Teresa, e atualmente, a página no Instagram conta com 15 mil seguidores e os produtos são vendidos para várias partes do país. "Começamos a investir neste segmento depois que uma blogueira comprou uma das nossas peças que era parecida com uma de uma grande marca. Ela postou dizendo que tinha comprado um produto igual, de qualidade e com um preço muito mais acessível. Ela acabou me marcando na sua postagem e aí começaram os pedidos", contou a empresária.
Para Denise, o comércio online, cada vez mais em expansão, é o futuro. "É uma tendência que chegou para ficar, as novas gerações estão cada vez mais conectadas e querem a praticidade de comprar pela internet. De casa, elas pegam o celular e escolhem a peças sem precisar se deslocar para uma loja física", comentou. Um levantamento do IBGE mostrou que, em 2017, o Brasil possuía 126,3 milhões de usuários de internet, o que significou um aumento de 10,2 milhões de pessoas em comparação com 2016. Pela primeira vez, praticamente dois terços da população do país (69,8%) estão conectados.
A empresária diz que depois que começou a investir nas vendas online sua marca ficou muito mais conhecida. "Essa é a maior vantagem, além dos custos é claro", comentou. Denise conta que as vendas na loja física ainda superam as pela internet, mas acredita que um dia essa realidade vai mudar. "Nos EUA já iniciou esse movimento de encerramento das atividades nas lojas físicas. É algo para o futuro que vai acontecer", frisou.
Atendimento personalizado também é alternativa para vencer a crise
Além de investir em páginas nas redes sociais, os atendimentos personalizados também ganham força. Os produtos são oferecidos em espaços menores (salas em prédios comerciais), onde as clientes têm horário de atendimento diferenciado e não enfrentam a loucura de lojas lotadas. A empresária Juliana Oliveira investiu neste segmento e não se arrepende.
Ela alia as vendas pela internet com a loja e vê bons resultados no novo segmento. "As clientes veem os posts no Instagram e depois vem na sala experimentar e/ou pegar a peça. Em um espaço menor, além dos custos reduzidos, eu ofereço um atendimento exclusivo para elas", comentou Juliana. A loja funciona em prédio comercial na Rua 16 de Março, no Centro Histórico.
A marca existe desde 2014 e segundo Juliana, vem a cada dia atraindo mais clientes. "Neste tipo de venda, a cliente já sabe o que quer. Ela vê a peça na nossa página e já chega aqui com a ideia certa do que comprar. É isso que faz com que ela suba até o sétimo andar. A clientela está mudando. As pessoas não andam mais a procura de roupa, olhando de loja em loja. Elas olham na internet, gostam do produto e compram, de forma online ou indo até as salas. É uma nova tendência de venda", disse.
As peças oferecidas por Juliana são vendidas em várias partes do país. "Tenho clientes até do Amapá. A visibilidade é enorme", comemorou. Na Rua 16 de Março, há pelo menos cinco empresárias com o mesmo perfil de Juliana. "É uma mudança no perfil do comprador que nós tivemos que adaptar. É algo que vai se consolidar", concluiu.
Ruas Teresa e Imperador tem 108 lojas fechadas
Quem anda pelas ruas Teresa e Imperador, no Centro de Petrópolis, percebe a quantidade de lojas que fecham anualmente. Empresas tradicionais encerram as atividades ou mudam de ramo, evidenciando o agravamento da crise econômica. Recentemente, uma tradicional sapataria localizada em um shopping na Rua do Imperador, onde funcionou por pelos menos 30 anos, fechou as portas.
Ao longo de toda a Rua do Imperador, 17 lojas estão fechadas, dessas, nove estão com placas de aluga-se. Já na Rua Teresa, o número é bem maior. São 91 fechadas, sendo que 48 estão sendo anunciadas para nova locação. Em menos de um ano, 20 lojas encerraram as atividades no polo de modas. Em março do ano passado, eram 71 espaços fechados. Em sete anos, mais de 400 lojas fecharam as portas no que já foi o maior shopping a céu aberto da América Latina.
E-commerce: cuidados na criação de sites de vendas ou nas páginas nas redes sociais
Para o assessor de marketing e especialista em planejamento de vendas online, Caio Bittencourt, é preciso tomar cuidado na hora de criar sites ou optar pelas redes sociais para oferecer os produtos. Ele cita a parceria com o Google a peça chave para garantir as vendas e ter mais visibilidade.
"Para que funcione é preciso estar integrado ao Google. A parceria com eles é importante porque traz visibilidade da sua marca. Comprando o espaço publicitário ele vai direcionar o cliente para o seu produto. Quando o empresário opta pela comércio online ele ganha uma visibilidade enorme. Ele deixa de ser uma empresa local e passa a ser global. O crescimento e a dimensão é muito maior do que uma loja física", ressaltou o especialista.
Caio vê futuro nas compras on-line e ressalta que cada vez mais lojistas estão procurando assessoria para investir neste segmento. "São inúmeras as vantagens. Hoje em dia, por exemplo, nem é preciso ter um estoque enorme para atender a demanda. O importante é conseguir mostrar o produto na internet de uma forma que chegue aos clientes", comentou. "Empresas estão investindo também em aplicativos próprios de vendas, o que está funcionando muito bem. O mercado on-line é a tendência", concluiu o especialista.
Dicas para não fazer com segurança as compras on-line
O assessor de marketing e especialista em planejamento de vendas on-line, Caio Bittencourt também dá dicas para quem vai comprar pela internet. "Desconfie de tudo que é fácil demais e nunca forneça informações pessoais em qualquer site. Cuidados na hora de concluir a compra é fundamental para evitar dores de cabeça", orientou.
– Se a esmola for demais desconfie do produto. Preços muito baixos e ofertas "sensacionais" devem ser vistas com atenção
– Verifique a reputação do vendedor, as referências do site ou da empresa. Ler os comentários que os clientes deixam nas páginas também ajuda
– Cuidado com produtos piratas ou réplicas
– Quanto mais fotos do produto o site ou páginas nas redes sociais oferecer é melhor
– Não forneça informações pessoais (números do cartão de crédito ou CPF). Esses dados só podem ser fornecidos nas plataformas de compras
– Verificar se o site é seguro
– Pegar mercadorias adquiridas em sites como o Mercado Livre, OLX, entre outros, devem ser feitas em locais públicos
– Verificar sempre o valor do frete. Em alguns casos chega a ser quase igual ao preço do produto