• Para a nossa proteção

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  • 10/mar 08:00
    Por Ataualpa A. P. Filho

    Temos que nos proteger do mosquito aedes aegypti que transmite a dengue, a chikungunya, a zika, a febre amarela. Mas também temos que nos proteger de políticos inconsequentes, de gestores públicos incompetentes, porque grande parte das doenças que afetam a população poderiam ser evitadas se não houvesse esgotos a céu aberto, se não houvesse tantas valas com águas paradas, favorecendo a proliferação de insetos transmissores dessas doenças que são frequentes em período de chuva. Com medidas preventivas, é possível evitar o surgimento de doenças que lotam os postos de saúde.

    É triste saber que, em pleno século XXI, apesar de grandes avanços tecnológicos e científicos, ainda sofremos as consequências de doenças que poderiam ser erradicadas, no entanto, agravam-se por negligências. É claro que a população deve fazer a sua parte: não jogar lixo nos rios, beber bastante líquido, lavar as mãos antes das refeições, não deixar os pratinhos das plantas com água parada, não desmatar as encostas, não construir casas em área de risco, nem votar em políticos demagógicos.

    A mobilização para combater o mosquito aedes aegypti é um ato político, assim como a participação democrática na escolha dos representantes do povo por meio de eleição direta.

    Quando uma mãe chega com uma criança no colo ao setor de emergência de um hospital, não quer saber qual o partido político do médico, nem por qual time, ele torce; ela deseja o atendimento do filho. Portanto as divergências partidárias, nessas horas, não interessam. Existe uma população que paga impostos e precisa ser atendida em suas necessidades. Em momentos como o que atravessamos, tornam-se explícitas as consequências de um sistema político infectado pela corrupção. O “vírus da demagogia” afeta várias camadas sociais e se alastra por todo país, principalmente em repartições públicas. A “saúde ética” da Nação precisa de UTI. Em ano eleitoral, no Brasil, as falsas promessas são endêmicas.

    Admiro a pessoa que dedica a sua vida para servir ao próximo, sem vínculo partidário e sem interesse escuso algum. É válido mencionar que filantropia, caridade e assistencialismo têm significados diferentes.

    A conduta assistencialista trabalha com medidas paliativas, com fins eleitoreiros, sem se preocupar com as causas dos problemas. A filantropia tem as suas bases na solidariedade por razões humanitárias, independente de religião, ou etnia. A caridade é movida pelo amor ao próximo e exercida por meio de uma conduta cristã por acreditar em um Deus Supremo.

    O estender a mão aos mais necessitados consiste em um gesto de amor. Esse ato não deixa de ser político no sentido pleno da palavra. A civilidade exige cortesia, respeito, cooperação, companheirismo, pois temos que conviver, (viver com…). E não há uma boa convivência sem a prática do perdão.

    A política é dinâmica, surpreendente, mas a resiliência ideológica também tem limite, exige o mínimo de coerência. Os acordos, os pactos em um processo democrático devem respeitar algumas diretrizes éticas, morais.  É válido ressaltar também que, em política, nem todos os gatos são pardos. Não se pode generalizar, dizendo que todos são farinhas do mesmo saco. Contudo, quem tem rabo preso tem os passos limitados, quem tem telhado de vidro não deve atirar pedra no vizinho. E quem fez a fama, não deve se queixar por ter que deitar nela; no mínimo, pode se arrepender ou se orgulhar dos seus atos…

    Em período eleitoral se ouve, com frequência, a expressão “desconstrução de imagem”. Estou certo de que o ser autêntico não é desconstruído. Mas as máscaras que se projetam sim. A desconstrução torna-se possível quando a imagem é apenas um produto de marketing. A apresentação de um perfil cuidadosamente trabalhado para impressionar o eleitor não se mantém diante das contradições quando evidenciadas. A imagem criada “para inglês vê” não se sustenta, o próprio tempo se encarrega de desmitificá-la. Por isso que a escolha das pessoas para os cargos da administração pública precisa ser pautada pela honestidade.

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