• ‘Pantanal’ traz de volta personagens icônicos em meio à natureza

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  • 28/03/2022 08:00
    Por Eliana Silva de Souza / Estadão

    A partir desta segunda, 28, entra no ar a nova e aguardada versão da novela Pantanal, originalmente escrita por um dos mestres da teledramaturgia, Benedito Ruy Barbosa. Agora sob o comando de seu neto, Bruno Luperi, a trama traz de volta uma história de amor que envolve elementos preciosos para conquistar o público, com a trajetória de uma família, entre amores, relação de pai e filho, mistério e trazendo de volta personagens icônicos, tudo em meio à deslumbrante paisagem pantaneira.

    Como explica Luperi ao Estadão, trata-se de “uma novela de 30 anos atrás e, para reinterpretá-la nos dias de hoje, é preciso respeitar o tempo e todas as mudanças que ele promoveu nos últimos anos”. Estarão na obra, como ele explica, a atualidade tecnológica, por meio de celulares e redes sociais, e temas que a sociedade discute hoje em dia, mas sempre “preservando estrutura e o sentido original”, diz o escritor.

    SOM DA VIOLA

    Da novela original de 1990, que foi ao ar na extinta Manchete sob direção de Jayme Monjardim, alguns detalhes estarão na tela novamente, como o caso de personagens como José Leôncio (Renato Góes / Marcos Palmeira), Juma Marruá (Alanis Guillen) e o Velho do Rio (Osmar Prado). Além deles, e da paisagem única e diversa, a música de abertura será a mesma, Pantanal, de Marcus Viana, mas ganha releitura com a participação de Maria Bethânia, ao lado do ator e violeiro Almir Sater. O cantor, aliás, integra o elenco do folhetim atual e esteve também na versão original da trama.

    Nesta versão da novela, Sater, 65 anos, interpreta o chalaneiro Eugênio. Na anterior, era o peão Trindade, que agora será vivido por seu filho, Gabriel. Segundo o ator e músico conta ao Estadão, seu personagem é um mascate chalaneiro. Em cima de sua chalana, conecta mundos, ao transportar as pessoas de uma margem a outra do rio. Uma conexão que ele também estabeleceu com a equipe de trabalho, tornando sua casa o ponto de encontro de colegas e profissionais.

    FICÇÃO E REALIDADE

    Único ator a ter casa na região, Sater teve a oportunidade de ver sua morada transformada em ponto de encontro de todos os envolvidos na produção. O músico conta que se sentiu muito feliz por receber os colegas. “Como estava muito calor, período de estiagem, nossas conversas foram dentro do rio, com água pela cintura, e a agente ficava ali na água por 3, 4, 5 horas conversando, sendo mordidos pelos lambaris, que eram os bichos mais violentos daquele momento, o pessoal falava de piranha mas o perigo mesmo eram os lambaris”, relata o músico. Foi dessa forma que o local propiciou momentos mais descontraídos para todos, “foi ficando assim um costume nosso de chegar lá em casa e ficar tomando banho”.

    Sobre Eugênio, Almir Sater afirma que se trata de um belo personagem. “Ele é um homem bom, que defende os bichos”, diz. Mas também há algo de misterioso, pois, de uma fase para outra, ele passa sem muitas mudanças físicas. “Ele é um homem bem cuidado, solitário, gosta da solidão, é viúvo. Aos poucos, fui entendendo e gostando muito dele, é de muita luz.” O ator, que vive na região desde os anos 1980, conta que usou exemplos próximos para compor o personagem. “Observei muitos chalaneiros e busquei na lembrança muitos tipos que conheci.” Se ele tem algo do personagem? Almir enfatiza ter sim: a grande paixão pelo Pantanal. “Meu lugar de colher felicidade”, diz.

    FORÇA DA NATUREZA

    A jovem Alanis Guillen, de 23 anos, foi a escolhida para viver Juma Marruá. Segundo a atriz, sua personagem “é uma mulher de instinto selvagem criada pela mãe no coração do Pantanal”. Da mãe, Maria Marruá (Juliana Paes), que todos acreditam que tem o poder de virar onça, aprendeu logo cedo a não confiar no bicho homem, uma espécie perigosa. Por isso mesmo, como afirma Alanis, “são forças pulsantes dessa natureza selvagem, são instinto aguçado, são corpos presentes e prontos pra vida”. Mas eis que surge em seu caminho Jove (Jesuíta Barbosa), filho do fazendeiro José Leôncio (Renato Góes/ Marcos Palmeira), para fazê-la mudar a forma de ver os homens.

    DIREÇÃO

    Dividida em duas fases, a novela Pantanal contou com a direção artística de Rogério Gomes, o Papinha, que deixou a emissora há alguns dias e não comandará a produção em sua segunda fase. O trabalho agora ficará a cargo de Gustavo Fernandez.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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