• Palmeirenses deixam recado contra racistas no Allianz antes de jogo com Boca pela Libertadores

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 05/10/2023 10:57
    Por Estadão

    O clima entre Palmeiras e Boca Juniors começou a esquentar antes mesmo de os times entrarem em campo, nesta quinta-feira, para decidirem uma vaga na final da Copa Libertadores. O entorno do Allianz Parque amanheceu com uma série de mensagens em resposta ao racismo sofrido por torcedores brasileiros no confronto de ida. A frase “fogo nos racistas” foi escrita no asfalto, na entrada do setor visitante do estádio, na Rua Padre Antonio Thomaz.

    Adesivos com a imagem de um chimpanzé vestindo a camisa do time alviverde sugerindo ato sexual com Diego Maradona, ídolo do clube argentino, também foram espalhados no arredores da arena.

    No confronto de ida, em La Bombonera, torcedores do Boca foram flagrados imitando macacos em direção à torcida do Palmeiras. Antes da partida, outros argentinos foram vistos fazendo gestos racistas em direção aos brasileiros. O Palmeiras enviou as imagens à Conmebol a fim de que a entidade máxima do futebol sul-americano tome as medidas cabíveis.

    Nesta quarta, o Boca Juniors emitiu um comunicado pedindo aos torcedores que não cometam atos racistas, xenofóbicos ou discriminatórios na capital paulista. O time argentino quer evitar possíveis penas de prisão imediatas, sanções e graves danos econômicos ao clube. Em 2022, um torcedor do Boca foi preso após fazer um por gesto racista no jogo com o Corinthians, na Neo Química Arena, sendo solto depois de pagar fiança. À época, a Conmebol multou o clube argentino em US$ 30 mil (cerca de R$ 144 mil) como punição pelo episódio.

    Racismo contra torcedores e jogadores brasileiros em jogos de competições organizadas pela Conmebol estão cada vez mais frequentes. Em agosto, um torcedor e um dirigente do San Lorenzo foram presos após praticar atos racistas na partida contra o São Paulo, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, sendo liberados oito dias depois. Em julho, o preparador físico do Universitario, do Peru, ficou uma semana preso na capital paulista após fazer gestos racistas para a torcida do Corinthians durante partida do mesmo torneio.

    Em junho, o goleiro Éverson, do Atlético-MG, também sofreu racismo no jogo da equipe contra o Libertad, na Libertadores. Antes disso, ainda na fase prévia, a equipe mineira também teve problemas deste tipo. Nos confrontos com o Carabobo, o time da Venezuela foi multado em R$ 500 mil por insultos racistas da sua torcida contra o Atlético-MG.

    A Conmebol promete tomar providências mais enérgicas, mas isso ainda não aconteceu. A CBF entrega os casos para a Polícia e Justiça, mas também não tem cobrado muito da Confederação Sul-Americana de Futebol, que organiza as competições no continente.

    FOGUETÓRIO EM FRENTE A HOTEL

    Além das mensagens contra racistas, palmeirenses realizaram um foguetório, na madrugada desta quinta-feira, em frente ao hotel onde a delegação do Boca Juniors está hospedada em São Paulo. Imagens da cena foram compartilhadas nas redes sociais. A prática de soltar rojões durante o horário de descanso da equipe visitante é uma prática comum entre torcedores de times que competem em competições sul-americanas.

    Palmeiras e Boca Juniors se enfrentam nesta quinta-feira, às 21h30, pelo confronto de volta da semifinal da Copa Libertadores. O time alviverde busca ser o primeiro brasileiro a conquistar quatro vezes o torneio continental, enquanto os argentinos querem igualar o mesmo número de troféus do Independiente (ARG) e se tornar o maior campeão da América do Sul. A partida terá transmissão ao vivo da ESPN (TV fechada) e Star + (streaming) O vencedor decide o título contra o Fluminense, no dia 4 de novembro, no Maracanã.

    Últimas