Palavra-chave: equilíbrio
Durante seis anos, Siddhartha e os seus seguidores viveram em silêncio e nunca saíram da floresta. Para beber, tinham a chuva, como comida, comiam um grão de arroz ou um caldo de musgo, ou as fezes de um pássaro que passasse. Estavam tentando dominar o sofrimento tornando as suas mentes tão fortes que se esquecessem dos seus corpos. Então um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno… "Se você apertar esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixar solta demais, ela não toca." De repente, Siddhartha percebeu que estas palavras simples continham uma grande verdade, e que durante todos estes anos ele tinha seguido o caminho errado. Uma aldeã ofereceu a Siddhartha a sua taça de arroz. E pela primeira vez em anos, ele provou uma alimentação apropriada. Mas quando os ascetas viram o seu mestre banhar-se e comer como uma pessoa comum, sentiram-se traídos, como se Siddhartha tivesse desistido da grande procura pela iluminação. (Siddhartha Gautama os chamou)
– Venham… e comam comigo. Os ascetas responderam: – Traíste os teus votos, Siddhartha. Desistiu da procura. Não podemos continuar a te seguir. Não podemos continuar a aprender com você. Enquanto foram se retirando, Siddharta disse: – Aprender é mudar. – O caminho para a iluminação está no Caminho do Meio. – É a linha entre todos os extremos opostos. O Caminho do Meio foi a grande verdade que Buda descobriu, o caminho que ensinaria ao mundo. Jesus Cristo, cuja história é bem conhecida por todos, é o exemplo de amor absoluto e por isso foi crucificado.
Temos que entender que todos somos contemporâneos e que cada um tem seus defeitos, suas virtudes e que estamos nesta vida para evoluirmos espiritualmente. Outro exemplo que podemos citar para a busca do equilíbrio nas atitudes humanas é Gandhi. Mahatma Gandhi foi um dos grandes homens que marcaram a história do mundo no século XX. Seus pensamentos pacíficos e revolucionários tiveram tanta força que, em 1931, Gandhi falou ao mundo e à Inglaterra que sua nação deveria ser independente. Sua maior e mais importante proeza foi conseguir a sonhada independência por meio de uma guerra pacífica. “A humanidade não pode se livrar da violência por meio da violência.” – Gandhi. Citamos, assim, três exemplos incontestáveis de equilíbrio. Porém, o ser humano, cada vez mais se afasta dele, com atitudes primárias e diversos graus de violência. Em Petrópolis podemos citar a guerra aos “flanelinhas” anunciada pela mídia. No Rio foi noticiado pelo jornal O Globo: “Militares já planejam atacar arsenais do tráfico”; “ Violência muda comportamento de quem vive no Rio e provoca cada vez mais transtornos psiquiátricos”; “Ruas desertas – Restringi minhas saídas de casa. Depois das 20h, só se for algo muito especial. Vivemos como reféns.” No mundo: as guerras, muitas vezes motivadas por interesses materiais. Notem bem, a nossa opinião não é favorável às atitudes criminosas, às desordens e ao descumprimento das leis.
Muito pelo contrário, achamos que a ordem deve ser buscada e fiscalizada pelas autoridades competentes. Os critérios é que podem ser discutidos para que os adotados não gerem uma situação mais grave do que a que atualmente se apresenta. O caráter humanitário deve ser uma variável relevante no modelo de atuação. No caso dos “flanelinhas”, achamos que um trabalho social deve anteceder a ação de repressão. No caso do Brasil, temos uma carência bastante acentuada de ações planejadas corretamente. Tenho argumentado muito sobre isso em artigos anteriores. Devemos nos lembrar sempre: “A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência” ? Mahatma Gandhi.
achugueney@gmail.com