Padilha diz ser ‘nítida a responsabilidade’ de Anderson Torres nos atos violentos
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, atribuiu parte da responsabilidade dos atos antidemocráticos que ocorreram neste domingo (8) em Brasília ao ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. “É nítida a responsabilidade não só do agora ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, mas do comando da Polícia Militar e de outros atores se segurança do Governo do Distrito Federal sobre o descumprimento de um conjunto de protocolos definidos para preservação do patrimônio público e da democracia. Para nós está nítido isso”, disse Padilha, em entrevista à GloboNews.
Segundo Padilha, o pedido da Advocacia Geral da União (AGU) de prisão de Torres identifica “de imediato” o responsável pelos atos. “Não à toa, ele foi demitido hoje pelo governo do Estado. Apuraremos outros responsáveis pela tentativa de golpe de quem não reconhece o resultado das urnas”, afirmou.
Padilha acrescentou que a intervenção federal decretada neste domingo pelo governo Lula tem objetivo de normalizar a situação e impedir que a destruição do patrimônio púbico continuasse, assim como impedir movimentos em outros Estados. “Foi identificado que ações golpistas nos Estados estavam sendo gestadas. Era fundamental não só normalizar a situação, mas a intervenção vai permitir uma apuração mais completa e detalhada dos responsáveis por serem negligentes diante dos atos terroristas que acontecem hoje. O objetivo é apurar no detalhe quem são os responsáveis pelos atos, pela negligência e quem financiou os ônibus”, defendeu.
O ministro disse ter informações de que estavam sendo ofertados ônibus gratuitos no interior do Estado de São Paulo neste domingo com destino a Brasília. De acordo com Padilha, os governos estaduais foram mobilizados para identificarem eventuais atos locais. “O que ocorreu hoje foi uma ação orquestrada para ocupar o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e disparar atos nos Estados. Conversei com vários governadores que colocaram efetivos de força de segurança pública à disposição do Distrito Federal. O papel dos governos estaduais é muito importante: de ação, monitoramento e defesa da democracia”, completou.
Ele negou que houve falta de ação do governo federal para impedir os atos. “Ao que cabe ao Gabinete de Segurança Institucional, o GSI agiu; ao que cabe à Polícia Federal, a PF agiu; ao que cabe ao Ministério da Defesa, a Defesa agiu”, finalizou.