• PAC das Encostas: depois de 9 anos, apenas 2 obras concluídas e R$ 60 milhões parados

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  • 28/02/2022 02:04

    E o governador Claudio Castro, antes da tragédia do dia 15, tinha anunciado que pretendia assumir as obras do PAC das Encostas, aquelas iniciadas em 2014, via convênio entre a gestão Rubens Bomtempo e governo federal, valor de R$ 60 milhões. Entre paralisa, refaz cálculos de gastos e retoma intervenções, em nove anos apenas duas das 14 obras foram concluídas.  Contrasta bastante com o nome por extenso da iniciativa: Programa de Aceleração do Crescimento.

    Sobra pra todo mundo

    E no período, todos têm sua parcela de responsabilidade: Bomtempo, Bernardo Rossi e Hingo Hammes.  O fato é que o convênio com a União termina em novembro e o dinheiro pode evaporar. Castro disse que vai tomar à frente e terminar as obras.  Vai ser preciso então suspender o existente em nome da prefeitura e fazer outro na conta do Estado. E já não serão mais R$ 60 milhões… Tudo estará defasado.

    Não deram conta

    É uma solução porque Petrópolis mostrou que não sabe gerir essas obras. A conta corrente do PAC em nome da prefeitura acabou virando uma poupança. Era só a Caixa colocar algum dinheiro lá para continuidade do projeto que acabava tendo um ‘saque’ com outra finalidade. No final do governo Bomtempo, as contas do PAC foram arrestadas para pagar salários dos servidores. Na gestão Rossi foi de novo arrestada e em R$ 9 milhões e para diversos motivos: pagar dívidas da prefeitura com empresas de ônibus, pagar 13º salário dos aposentados e socorrer o Hospital Alcides Carneiro.

    Com uma foto de antes e outra de depois (esta de Ana Sutter) das chuvas do dia 15, a gente chega à conclusão que esta águia é a escultura mais resistente de todo o planeta. Tá esculachada, mas tá de pé.

    Propaganda partidária

    E se já não tivesse tragédia demais em nossas vidas, começou a veiculação da propaganda partidária gratuita em emissoras de rádio e televisão. A veiculação, em âmbito nacional, será das 19h30 às 22h30, às terças, quintas e aos sábados, por iniciativa e sob a responsabilidade dos partidos.  Este tipo de propaganda estava suspensa desde 2017.

    Abafado

    Longe de a gente colocar mais lenha na fogueira, mas o governador Claudio Castro, neste episódio das chuvas, deu uma engolida na gestão de Rubens Bomtempo.  A presença do Estado abafou bastante a imagem do prefeito. A quantidade de vídeos para desmentir os mal entendidos não funciona para demonstrar eficiência de ação.

    Flores

    E no meio disso tudo que estamos vivendo, a Câmara de Vereadores publicou extrato do contrato com empresa que vai fornecer “arranjos de flores para serem utilizados nas sessões solenes”. Serão gastos R$ 13 mil em 12 meses.

    Ô gente ruim!

    Pediram aqui para a gente lembrar dos mandatos de Bomtempo e Mustrangi como prefeitos, uma alternância de 16 anos, mas também lembrar que Bernardo Rossi, além de ex-prefeito, é ex-secretário de Habitação do Estado.

    Espera

    Com 73 mortes em 2011, Petrópolis levou 11 meses para enterrar a última vítima – sepultamento realizado em dezembro, primeiro dia em que o Estado iniciou pagamento de indenizações para os moradores do Vale do Cuiabá. Este ano, com uma extensão maior de tragédia e muito mais vítimas fatais e sobreviventes desabrigados a espera deve ser ainda mais longa.

    E o pessoal que veio vestido de super herói para dar uma moral para as crianças que estão nos abrigos? É muito amor, né? E agradaram, não apenas os pequenos, mas também os voluntários que estão ajudando. Alexandre Carius fez o registro.

    Bota fora

    Somando prefeitura e governo do Estado, além da Comlurb que esteve por aqui também, já retiraram umas 40 mil toneladas de entulho das enchentes. E estaria tudo sendo levado para um terreno na BR-040 usado como bota-fora. Alguém já fiscalizou isso?

    Aumenta isso aí

    Os governos estadual e federal fazem a conta de 4,2 mil habitações entregues depois das chuvas de 2011, mas isso em todas as sete cidades atingidas. Petrópolis, inclusive, teve 0 casas construídas. As 776 do Vicenzo Rivetti vieram 10 anos depois.  Porém, a gente lembra que ano passado o governo do Estado do Rio disse que o Programa Casa da Gente vai dar 340 unidades habitacionais para Petrópolis. Depois do ocorrido e estando presencialmente em Petrópolis, Claudio Castro já viu que 340 é troco, né?

    Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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