• Ouro renova recorde e supera US$ 2.300, com busca por segurança e compras físicas

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  • 03/abr 15:26
    Por Patricia Lara, especial para a AE* / Estadão

    O ouro prolongou os ganhos nesta quarta-feira, 3, superando US$ 2.300 por onça-troy, com o metal se beneficiando da leitura de ativo de reserva de valor para cenários de inflação. Compras físicas ajudam a impulsionar os preços. Além da inclusão nas carteiras de bancos centrais, sobretudo pela China, o metal também desperta interesse de investidores chineses diante da falta de outras alternativas atrativas, segundo a Bank of America Securities. O avanço do ouro ocorreu nesta quarta ainda em meio a recuo das taxas dos Treasuries de curto prazo e do dólar, após falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.

    Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta de 1,45%, a US$ 2.315,00 a onça-troy, novo recorde histórico. O metal estende os ganhos para a terceira sessão seguida em abril, após encerrar março com ganho acumulado de 8,94%.

    O presidente do Fed disse que a taxa de juros já atingiu seu pico e que a maioria dos integrantes do BC norte-americano acredita ser apropriado reduzi-la em algum momento neste ano. Ele reiterou os próximos passos do Fed dependem dos indicadores econômicos. Os dados recentes seguem indicando vigor da economia.

    A Bank of America Securities observou, em relatório, que os próprios bancos centrais continuam a adicionar ouro às carteiras, como o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês). “Essa compra também atraiu os participantes do mercado de varejo na China. Na verdade, as vendas de joias e as importações não monetárias de ouro atingiram níveis recordes no início deste ano”, segundo a BofA Securities. Em certa medida, este interesse reflete a falta de opções alternativas para os investidores chineses, já que os mercados acionários e imobiliário ainda não estão, particularmente, atrativos.

    A corretora do BofA cita que os investidores têm se focado em opções de compra com delta baixo – opções que tendem a ter valorização ou desvalorização mais contida diante da variação do ativo subjacente. “Os operadores querem exposição ao rali, mas sob a forma de opcionalidade e não de investimento linear. Na nossa opinião, isto é fortemente influenciado pela contínua apreensão quanto à direção da política monetária”, diz a corretora, que manteve a projeção de US$ 2.400 para ouro.

    *Com informações da Dow Jones Newswires

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