• Ouro fecha em queda, ao disputar demanda por segurança com iene e Treasuries

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  • 05/ago 15:00
    Por Laís Adriana / Estadão

    O ouro fechou em queda nesta segunda-feira, 5, em sessão marcada por disputa pela busca por segurança diante da forte valorização do iene e da demanda por Treasuries, em meio a cenário global de aversão a risco. A melhora no humor após dados favoráveis dos EUA, no fim da manhã, ajudou o metal precioso a devolver parte das perdas, mas não foi o suficiente para firmá-lo no positivo.

    Nesta segunda-feira, o ouro para dezembro fechou em baixa de 1,02%, a US$ 2.444,40 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

    O ouro voltou a cair pela segunda sessão consecutiva, se afastando da máxima histórica alcançada na semana passada apesar do clima de aversão a risco global.

    Temores em relação à possível recessão da economia americana derrubaram mercados acionários da Ásia, Europa e Wall Street, depois de leitura fraca do payroll na última sexta-feira.

    Para o Brown Brothers Harriman (BBH), o movimento de reação a apenas um dado pode ser considerado “exagerado”, mas foi o responsável por elevar a performance do iene e do franco suíço como “ativos seguros” nesta manhã em detrimento do dólar e do carry trade de divisas emergentes. Ao mesmo tempo, os juros dos Treasuries também derreteram aos menores níveis desde 2023, pressionando o ouro a cair cerca de 2%.

    O fôlego do movimento se comprovou limitado após dados de PMIs de serviços dos EUA nas leituras da S&P Global e do ISM apontarem expansão do setor em julho, embora com nuances divergentes, melhorando o sentimento de risco e reduzindo precificação de cortes agressivos nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Isso devolveu parte da demanda por iene e Treasuries como ativos seguros, o que parece ter apoiado recuperação do ouro na parte final da sessão.

    No entanto, o TD Securities acredita que a aversão a risco deve continuar influenciando uma “desalavancagem” de posições nos mercados internacionais, prejudicando novamente os preços do metal precioso. “O ouro não é hedge contra desalavancagem ou dinâmicas de liquidez”, pontuou.

    Assim, o banco de investimentos acredita que esse ambiente e posições muito longas de investidores devem disparar uma onda de vendas do ouro, baixando os preços futuros para cerca de US$ 2.390 por onça-troy, apesar das limitações pelo aumento de tensões geopolíticas no Oriente Médio.

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