• Otan sugere que Brasil, china e índia pressionem Rússia para evitar tarifas

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  • 16/jul 07:29
    Por Redação, O Estado de S. Paulo/Estadão I Foto: Divulgação/European Union 2016

    O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou, nessa terça-feira (15), que Brasil, China e Índia podem sofrer sanções se continuarem a fazer negócios com a Rússia. Em reunião com congressistas americanos, ele sugeriu que os três países deveriam pressionar Vladimir Putin a negociar um acordo para evitar as tarifas de 100% prometidas por Donald Trump.

    Na segunda-feira (14), Rutte esteve com o presidente americano na Casa Branca. Ele conseguiu a liberação de armas dos EUA para a Ucrânia, pagas pela Otan, e apoiou a ameaça de Trump de impor tarifas secundárias a países que importem produtos russos, a menos que Moscou aceite negociar um cessar-fogo no prazo de 50 dias.

    “Meu recado a esses três países é, se você mora em Pequim ou Nova Délhi, ou se você é o presidente do Brasil, talvez seja melhor prestar atenção, porque isso pode atingi-lo com muita força”, disse Rutte. “Portanto, por favor, ligue para Vladimir Putin e diga que ele precisa levar a sério as negociações de paz. Caso contrário, isso afetará Brasil, Índia e China de forma maciça.”

    Trump ameaçou também impor tarifas à Rússia, embora os EUA comprem apenas 3% das exportações russas. A preocupação agora, segundo o senador americano Thom Tillis, é que Putin tente usar os 50 dias para vencer a guerra ou avançar o máximo possível para negociar um acordo de paz em melhor posição.

    “Temos de olhar para a situação atual da Ucrânia e dizer que não importa o que aconteça nos próximos 50 dias, qualquer ganho da Rússia está fora de questão”, afirmou Tillis, que estava presente no encontro com Rutte.

    Reação

    Ontem, Trump se disse “decepcionado” com Putin, mas garantiu não ter “desistido” dele. “Estou decepcionado com ele, mas ainda não desisti”, disse o americano, durante entrevista por telefone ao programa BBC Radio 4. “Tivemos um acordo fechado quatro vezes. Então, você vai para casa e vê que acabaram de atacar um asilo em Kiev. Que diabos foi aquilo?”

    Autoridades russas e blogueiros pró-guerra rejeitaram as ameaças de Trump, retratando-as como “pouco sérias”. O deputado Konstantin Kosachev escreveu no Telegram que o ultimato era vazio, sugerindo que o americano poderia voltar atrás. “Muita coisa pode mudar em 50 dias, no campo de batalha e na mentalidade dos que estão no poder”, disse.

    Yuri Podoliaka, um conhecido blogueiro militar russo, escreveu que Trump “poderia mudar de opinião várias vezes nos próximos 50 dias e lembrou que o índice de ações da Bolsa de Moscou subiu mais de 2,5% após as ameaças do americano.

    O Kremlin se manifestou oficialmente ontem e disse que “precisará de tempo” para responder às ameaças americanas – uma resposta que dá mais força às acusações de ucranianos e europeus de que o objetivo de Putin é protelar ao máximo uma negociação para obter ganhos na linha de frente.

    “As declarações de Trump são muito sérias. É claro que precisamos de tempo para analisar o que foi dito. Quando o presidente Putin considerar necessário, ele se pronunciará”, afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

    Pequim

    A China chamou de “coerção” as ameaças de Trump de impor tarifas aos parceiros comerciais da Rússia e prometeu intensificar ainda mais seu apoio a Putin. As declarações de Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, foram feitas durante uma reunião da Organização de Cooperação de Xangai, em Pequim, da qual participam os principais diplomatas do bloco, incluindo o chanceler russo, Sergei Lavrov.

    “A China se opõe firmemente a todas as sanções unilaterais ilegais e à jurisdição de longo alcance. Não há vencedores em uma guerra tarifária, e coerção e pressão não resolverão os problemas”, disse Jian. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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