
Os mestres e os poetas!
A decisão de um jovem eleger o magistério como profissão, com certeza, dignifica familiares em razão de tal escolha, demonstração natural de contentamento, sobretudo, de orgulho.
Entretanto, desnecessário frisar que muitos deles guardem preocupações à luz de informações que circulam nas mídias relacionadas justamente com a profissão – com o ensino – em especial no que diz respeito ao mal comportamento de alunos em salas de aula, sem que generalizados tais gestos e atitudes.
Em passado que vai longe já aprendera como deveria me comportar dentro de uma sala de aula, respeito aos mestres, honraria à pátria, dentre outros comportamentos relegados, infelizmente nos dias atuais.
Agradeço, portanto, à minha mãe e à tia por tais básicos e fundamentais ensinamentos, aproveitando para recordar o Grupo Escolar Rui Barbosa, situado no bairro do Alto da Serra, onde atuava como diretora a professora Hildegonda Silva Barcellos.
Neste ensejo pretendo demonstrar, também, o quanto aprecio a poesia – mestres e poetas, dupla inseparável – que nos transmite no transcurso da vida inesquecíveis lições, as quais nunca poderemos olvidar.
A nosso lado, sempre os livros até porque quem não lê, não escreve, como ensinou-me o poeta.
Assim é que a dupla inigualável está continuamente presente em nossa trajetória propiciando-nos alegrias e bons ensinamentos.
Como exemplo, ressalto, de inicio, a poeta, Jessy Barbosa, figura ímpar, que nunca poderá ser olvidada quando escreveu:
“Surpreendente maravilha
Que agora me acontece
Minha mãe é minha filha
A medida que envelhece.”
Relembro, por outra via, meu pai, poeta e trovador, Osmar de Guedes Vaz, com a trova abaixo:
“Se, às vezes, fujo, na trilha
De um caminho, ou de uma estrada;
Mas é de certa matilha,
Mas, de alguma cachorrada”
Saudando os mestres, ainda escreveu:
“Toda a vez que a sua Mestra,
volte a cruzar seu caminho,
meu irmão, beije-lhe a destra,
com gratidão e carinho”.
Romântico, legou-nos
“Rosas assim, amarelas,
que te deram com bom gosto,
não são, Maria, tão belas
como as rosas do teu rosto”.
Na qualidade de destacada mestra e notável poeta, vale lembrar a ilustrada professora Lucília Gabrich Barenco quando, em época pretérita, assim escreveu:
Mil êxtases
“A princípio vem o êxtase bonito,
retratando uma explosão de grande amor,
comprovando que há um Deus belo e infinito
por detrás deste Universo – o Criador.
Arco-íris, céu azul, noite de luz,
água límpida e o sol que vai e vem
são enlevos desta natureza nua,
plena em êxtases, se expondo aqui e além…
E o início natural de todos nós,
vem do êxtase do orgasmo – gera um filho,
transformado logo em luz, meses após,
ofuscando o olhar das mães com tanto brilho.
Segue o homem, escrevendo a sua história,
escolhendo para si, êxtases tantos;
dos amores, descobertas ou da glória
de ser rico, de ter fama ou ter encantos.
Outros há que têm valores diferentes,
consumindo-se na chama do saber,
cultivando pela vida em suas mentes,
ideais, a arte, o dom e o bem viver.
Mas, dos êxtases, difícil de alcançar,
vem aquele, cuja sede é o coração
e de exemplo, vimos Cristo exercitar,
já na cruz, entre os ladrões: sim, é o perdão.
Ao caírem-se as muralhas, já por terra,
da discórdia que ninguém, no fundo, quis,
maior êxtase é a paz que vem e encerra
a certeza de SER LIVRE E SER FELIZ”.
Mestres e poetas, recordar é viver.
Vocês jamais serão esquecidos!