• Os mestres e os poetas!

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  • 20/maio 08:00
    Por Afonso Vaz

    A decisão de um jovem eleger o magistério como profissão, com certeza, dignifica familiares em razão de tal escolha, demonstração natural de contentamento, sobretudo, de orgulho.

    ​Entretanto, desnecessário frisar que muitos deles guardem preocupações à luz de informações que circulam nas mídias relacionadas justamente com a profissão – com o ensino – em especial no que diz respeito ao mal comportamento de alunos em salas de aula, sem que generalizados tais gestos e atitudes.

    ​Em passado que vai longe já aprendera como deveria me comportar dentro de uma sala de aula, respeito aos mestres, honraria à pátria, dentre outros comportamentos relegados, infelizmente nos dias atuais.

    ​Agradeço, portanto, à minha mãe e à tia por tais básicos e fundamentais ensinamentos, aproveitando para recordar o Grupo Escolar Rui Barbosa, situado no bairro do Alto da Serra, onde atuava como diretora a professora Hildegonda Silva Barcellos.

    ​Neste ensejo pretendo demonstrar, também, o quanto aprecio a poesia – mestres e poetas, dupla inseparável – que nos transmite no transcurso da vida inesquecíveis lições, as quais nunca poderemos olvidar.

    ​A nosso lado, sempre os livros até porque quem não lê, não escreve, como ensinou-me o poeta.

    ​Assim é que a dupla inigualável está continuamente presente em nossa trajetória propiciando-nos alegrias e bons ensinamentos.

    ​Como exemplo, ressalto, de inicio, a poeta, Jessy Barbosa, figura ímpar, que nunca poderá ser olvidada quando escreveu:

    “Surpreendente maravilha

    Que agora me acontece

    Minha mãe é minha filha

    A medida que envelhece.”

    Relembro, por outra via, meu pai, poeta e trovador, Osmar de Guedes Vaz, com a trova abaixo:

    “Se, às vezes, fujo, na trilha

    De um caminho, ou de uma estrada;

    Mas é de certa matilha,

    Mas, de alguma cachorrada”

    Saudando os mestres, ainda escreveu:

    “Toda a vez que a sua Mestra,

    volte a cruzar seu caminho,

    meu irmão, beije-lhe a destra,

    com gratidão e carinho”.

    Romântico, legou-nos

    “Rosas assim, amarelas,

    que te deram com bom gosto,

    não são, Maria, tão belas

    como as rosas do teu rosto”.

    Na qualidade de destacada mestra e notável poeta, vale lembrar a ilustrada professora Lucília Gabrich Barenco quando, em época pretérita, assim escreveu:

    Mil êxtases

    “A princípio vem o êxtase bonito,

    retratando uma explosão de grande amor,

    comprovando que há um Deus belo e infinito

    por detrás deste Universo – o Criador. 

    Arco-íris, céu azul, noite de luz,

    água límpida e o sol que vai e vem

    são enlevos desta natureza nua,

    plena em êxtases, se expondo aqui e além…

    E o início natural de todos nós,

    vem do êxtase do orgasmo – gera um filho,

    transformado logo em luz, meses após,

    ofuscando o olhar das mães com tanto brilho.

    Segue o homem, escrevendo a sua história,

    escolhendo para si, êxtases tantos;

    dos amores, descobertas ou da glória

    de ser rico, de ter fama ou ter encantos.

    Outros há que têm valores diferentes,

    consumindo-se na chama do saber,

    cultivando pela vida em suas mentes, 

    ideais, a arte, o dom e o bem viver.

    Mas, dos êxtases, difícil de alcançar,

    vem aquele, cuja sede é o coração

    e de exemplo, vimos Cristo exercitar,

    já na cruz, entre os ladrões: sim, é o perdão.

    Ao caírem-se as muralhas, já por terra,

    da discórdia que ninguém, no fundo, quis,

    maior êxtase é a paz que vem e encerra 

    a certeza de SER LIVRE E SER FELIZ”.​

    Mestres e poetas, recordar é viver. 

    Vocês jamais serão esquecidos!

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