• Os jogos de azar

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  • 29/04/2016 09:32

    Fala-se de uma possível volta dos jogos de azar no Brasil, para que Quitandinha, o mais belo cassino do país, volte aos seus tempos de esplendor, trazendo turistas e consequentemente dinheiro para a nossa Cidade. Enquanto o rico planeja e investe, o pobre sonha e reza. “O homem só morre quando deixa de sonhar e de amar” – Charles Chaplin. Sonhar é um direito de todos nós. Eu, por exemplo, tenho dois grandes sonhos que vou alimentá-los até meu último dia no mundo: ter uma escuna, para navegar em Cabo Frio, e comprar ou construir um teatro. 

    Na verdade, eu já realizei os dois. A escuna os marginais tacaram fogo por pura maldade e divertimento, e por eu não ter podido comprar um título de sócio proprietário do Iate Clube de Cabo Frio, onde o barco, então, ficaria protegido. Já o teatro eu consegui montar na área dos fundos da casa que eu aluguei para morar. Ao ter que me mudar para um apartamento, fui forçado a me desfazer do teatro. Através de minha aposentadoria sei que não posso realizar meus sonhos. Preciso jogar e contar com a sorte. Dizem que criança, por ser inocente, costuma ter sorte em jogos de azar. 

    Etelvino, meu saudoso avô paterno, costumava me pedir palpites para fazer sua costumeira fezinha no jogo do bicho e, vez por outra ele ganhava. Criança costuma ser muito observadora. Sempre usando terno branco com paletó jaquetão, vovô chegava em casa com o peso das moedas  num dos bolsos do paletó. Passava por mim e balançava o bolso para que eu pudesse escutar o tilintar das moedas. Alegre, eu perguntava: ganhou, vovô? E ele, que sempre foi sovina e mão fechada dizia – ganhamos, e me dava a moeda de menor valor, dizendo: tome a sua parte e compre tudo de balas. 

    Certa ocasião, quando eu ainda era criança, Nelson Romero, meu padrinho de batismo e filho do famoso escritor Sylvio Romero, me levou para conhecer o Jóquei Clube Brasileiro e apostar em alguns pares da corrida de cavalos. Com meus palpites, acertamos dois pares, para surpresa do padrinho, pois eu não conhecia a qualidade dos jóqueis, nem dos cavalos, e minha escolha se deu em virtude da beleza do uniforme dos profissionais que iriam conduzir os animais.  Mas, minha sorte em jogos de azar ficou no passado e numa pequena aposta que fiz na roleta de um cassino de Punta Del Este, no Uruguai. Depois disso jamais acertei nada, nem em bingos, nem em Tele-senas e nem em rifas. Passei a acreditar que com a sorte não se deve brincar. Certa ocasião sonhei com o saudoso Clovis Bornay e fiz uma fezinha no jogo do bicho, jogando no Leão. Perdi, claro e vocês podem imaginar o bicho que deu.    

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