• Os fatos se repetem

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  • 23/06/2016 12:00

    Os fatos se repetem com os mesmos personagens. Em ´64, de um lado os artistas protestando e do outro, terroristas provocando a baderna – no fim, se completavam. Depois da anistia, todos se ocuparam por muito tempo para reivindicar  seus proventos oportunistas como lucro do idealismo defendido (lembremos de Millôr) e perseguidos que dizem ter sido, cerceados de liberdade. Ninguém aceita que tudo na vida exista um limite e a tal da liberdade de expressão é, na realidade, um desregramento social. Há segmentos, como o artístico, que se julga onipotente para fazer e dizer o que quiser e que não aceita criticas. Foi o caso das charges francesas contra Maomé – qual a graça de se ridicularizar uma crença religiosa? – Portanto, as consequências foram trágicas e o que se tem seguido, pior ainda.

    Mas passados alguns anos – e como a massa não tem memória e nem se interessa ter – colocaram no governo os terroristas do passado e aí, mais importante que o Brasil, foi o interesse de cada um, em todos os segmentos – inclusive do setor artístico. Relacionar o quanto muitos desses artistas usufruíram de verbas governamentais talvez não coubesse na página deste jornal.

    Diante de recente artigo, disse Caetano Veloso: “ Sem altas verbas (muito ao contrário), o MinC tem mostrado que o país passou a dar à produção cultural o valor que ela merece”, o jornalista Rodrigo Constantino escreveu: “É como se não houvesse coisa mais importante no país nesse momento do que preservar os projetos "culturais". As reais questões que assolam este país ficam em segundo plano perto da possibilidade de redução de poder e verbas da elite dos artistas – e sim, o grosso das verbas vai para uma minoria. Já comentei aqui como essa gente é poderosa, cria a pauta da imprensa, pauta esta que não é a da população. O MinC tem mostrado ao país o valor que a cultura merece, diz o músico. Mesmo? Então vejamos um dos exemplos do que essa gente tem chamado de "arte" por aí:- A performance de um grupo de teatro no SESC-Patativa do Assaré, em Juazeiro do Norte, no Ceará, gerou polêmica. A apresentação "Macaquinhos", exibida na última quarta-feira (18), mostrava atores explorando os ânus uns dos outros e gerou revolta nas redes sociais. A performance mostrava um grupo composto por homens e mulheres totalmente nus, em círculo, explorando com as mãos o ânus do companheiro a frente. De acordo com os artistas Caio, Mavi Veloso e Yang Dallas, idealizadores do projeto, a apresentação tem o intuito de "ensinar que existe ânus, ensinar a ir para o ânus e ensinar a partir do ânus e com o ânus"- conforme foto ridícula e anti-higiênica estampada na crônica, como se ninguém soubesse que possui tal atributo.

    Com raras exceções – a começar por Regina Duarte – no segmento artístico, a maioria ficou calada durante o governo petista, usufruindo sim, benesses do governo, mesmo que Caetano se diga isento, mas bradou como autêntica arogância petista ao declarar : -“O MinC é nosso, não é do governo” – com a soberba e petulância qual Lula, Dilma e tantos outros. Após o recuo do governo, uma atriz – que sempre fora contra o PT, acabou participando de anúncios em prol dele, declarou qualquer coisa como – “Eles tinham que recuar”.

    Assim, o governo demonstrou fragilidade que poderá ter graves consequências e espero que não colha ventos e tempestades, já que os terroristas de ´64 estão de plantão. jrobertogullino@gmail.com


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