• Os cafés gourmets que valem mesmo o adjetivo

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  • 18/abr 07:01
    Por Danielle Nagase / Estadão

    O adjetivo “gourmet” ficou desgastado, mas, em termos de café, não é (ou não deveria ser) usado em vão. A categoria é reconhecida pela Associação Brasileira da Indústria de Café, que define o café gourmet como uma bebida “de baixo amargor, acidez e doçura moderada a alta, com destaque para os atributos frutado e floral”.

    “Os cafés gourmets são a porta de entrada para quem busca cafés de melhor qualidade”, diz a barista Angélica Luizz, que foi jurada no teste às cegas promovido pelo Paladar com os baristas Juarez Gomes e Ronaro Soares; a jornalista Mariana Proença; e a advogada Paula Werner.

    O júri avaliou nove marcas, com preços entre R$ 15 e R$ 25. O custo, aliás, é outro atrativo dos cafés gourmet, que podem custar 70% menos do que um café especial.

    Na prova, além do grande campeão, que surpreendeu os jurados com sua doçura, seu “corpo aveludado” e sua “acidez brilhante”, havia cafés que passaram na média, seguindo a proposta da categoria – e cafés que, constatamos, foram atingidos pelo tal do “raio gourmetizador”, ou seja, não passam de uma versão tradicional metida a gourmet.

    Os melhores:

    1º Melitta – Cerrado!

    “Um café que desce redondo”, disse um jurado.

    A opção da linha Regiões Brasileiras (que tem também as versões sul de Minas e Mogiana) conquistou o júri e, por isso, arrematou o cobiçado selo Paladar. Na degustação, a bebida apresentou notas de nibs de cacau e de frutas amarelas e um perfeito equilíbrio em boca. Além da doçura e do corpo aveludado, a acidez, classificada como “surpreendente e brilhante”, também foi destacada.

    (R$ 16,98; 250g)

    2º Santa Mônica – Intenso

    “Bom café para o dia a dia”, definiu um jurado. Feito com grãos cultivados em fazenda própria, no sul de Minas Gerais, o café conquistou o segundo lugar no pódio por conta de sua doçura média, com notas de caramelo e açúcar queimado, e do corpo médio/alto, com finalização prolongada e leve adstringência. O amargor aparece em notas de casca de laranja.

    (R$ 23,98; 250g)

    3º 3 Corações – Mogiana Paulista

    Com “nuances interessantes”, o café da linha gourmet da marca (que tem também as versões Cerrado Mineiro e sul de Minas) conquistou o terceiro lugar no pódio por conta da fragrância fresca, da doçura e da acidez. O amargor, porém, sobressaiu, além de uma nota amadeirada que “amarrou a boca”.

    (R$ 14,98; 250 g)

    As outras marcas avaliadas

    Baggio – Bourbon

    O “blend premiado” anunciado na embalagem não conquistou o júri por conta das notas de borracha e látex percebidas no aroma e do amargor persistente.

    (R$ 24,49; 250g)

    Bravo – Tenor

    Produzido com grãos cultivados em fazenda própria, entregou aroma de nozes e amendoim torrado, além de um defumado pungente. Na boca, o corpo alto e o amargor intenso incomodaram.

    (R$ 17,49; 250g)

    Café do Centro – Mogiana

    Os jurados identificaram notas de borracha queimada e fumaça, que remetem a um café tradicional. O amargor persistente foi outro defeito apontado pelo júri. “Tem gosto de café de vó”, definiu um jurado. (R$ 19,79; 250 g)

    Café Toledo

    “O café mais amargo”, disse um jurado. A amostra apresentou outros defeitos, como as notas de borracha queimada e alta adstringência.

    (R$ 23,40; 250g)

    Casa Brasil

    A leve doçura presente no aroma não foi capaz de esconder as notas de borracha queimada e látex apresentadas por esse café, que é cultivado, torrado, moído e embalado em fazenda própria. Na boca, o amargor em excesso e a ausência de notas frutadas e florais desagradou.

    (R$ 15,69; 250g)

    L’Or – Sul de Minas

    O café produzido com grãos do sul de Minas Gerais promete notas frutadas e cítricas, que, para o júri, pareceu algo como manga verde, além de um toque salgado. Apresentou corpo médio/alto, leve doçura, adstringência e amargor ausente.

    (R$ 22,98; 250g)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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