• Os afilhados da CPTrans

  • 23/11/2018 14:10

    Já diz o velho ditado que “quem tem padrinho não morre pagão” – sim, só pode ser por isto que a maioria dos motoqueiros usa e abusa do protecionismo da CPTrans: têm estacionamento gratuito garantido nos pontos mais centrais da cidade, mesmo que atrapalhando os diversos transeuntes que, para atravessar a praça D. Pedro são obrigados a contornar as diversas motos, uma colada à outra. Afinal, as pessoas só circulam pelas ruas para atrapalhar a liberdade dos afilhados da CPTrans.

    Circulam, invariavelmente, com os canos de descarga abertos, num barulho ensurdecedor, principalmente na garganta que é a rua 16 de Março, infernizando transeuntes e moradores onde são forçados a interromper qualquer conversa por não poderem nem ouvir a própria voz – aliás, via que, convenhamos, deveria ser proibido de circularem pelo perigo que oferecem. Se atravessa-se uma rua na frente de uma moto, mesmo que a distância, é o suficiente para acelerarem a máquina como alertando que a rua é sua.

    No sinal da rua do Imperador, em frente às Lojas Americanas, assisti a um quase acidente de uma jovem que levou um susto com a moto que avançou o sinal. De minha parte, aos 85 anos, já fui quase atingido por quatro vezes, uma delas avançando o sinal e atravessando, na contramão da praça dos Expedicionários para a D. Pedro direto para a 16 de Março – um descaso irresponsável em pleno dia à tarde.

    Assim concluímos que são os donos da cidade e das ruas que, se agem desse jeito em pleno centro da cidade, como será se não fazem pior nas periferias. Desconheço  se já provocaram algum atropelamento na cidade mas Imagino quantos quantos já tenha ocorrido, mas com os próprios ocorrem quase toda semana e, mesmo assim, não se corrigem – irresponsavelmente – mas mais irresponsável são a prefeitura e suas diversas secretarias que nada fazem para coibir e multar tantos abusos que infernizam a população – e nem se tocam porque a permissividade é grande e o descaso muito maior num total desrespeito às diversas leis uma vez que só sabem punir motoristas de carro e até de caminhões em sua labuta diárias, mas nunca seus afilhados de tão benevolente que são. Mas a população precisa reagir e protestar para obrigar alguém ou algum setor marque presença. 

    De nada adianta o Corpo de Bombeiros encenar uma demonstração em via pública se a administração não toma conhecimento e deixa tudo correr frouxo como sempre lhes é peculiar. E, convenhamos, um espetáculo desagradável para os turistas civilizados.

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