• “Os 7 sentidos”: mostra reúne artistas internacionais na Casa de Petrópolis

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  • Por Aghata Paredes

    A originalidade da Casa de Petrópolis parece atrair instintivamente mostras criativas, autênticas e interessantes. Neste sábado, dia 16 de abril, o local receberá exposições de artistas internacionais, Antonia Dias Leite e Nina Miranda, “Toque toque – Touch touch (parte 1)”, uma obra imersiva que mistura vídeo, música, desenho e escultura. Além dessa experiência, o público  será convidado a prestigiar a artista Julia Miranda e a mostra “Pinturas que pulam o tempo”, com belíssimas obras realizadas entre o Brasil e a Inglaterra.

    O nome da mostra “Os 7 sentidos” surgiu como uma brincadeira, segundo Antonia e Nina, já que a Casa de Petrópolis foi carinhosamente apelidada de Casa dos 7 erros. “A obra que originou essa exposição foi a instalação “Toque toque – Touch touch (parte 1)”, que começa com o sentido do toque, mas que se relaciona com todos os outros sentidos. Claro que o que sentimos, o que desejamos e o que nos falta é muito particular, mas entendemos que alguns sentimentos são comuns a todos.”, contam as artistas.

    Julia Miranda conta que o nome da exposição “Pinturas que pulam o tempo” está intimamente ligado ao seu trabalho. “Quando venho ao Brasil tenho a sensação de vir para um ponto específico no tempo. Não me mudo só geograficamente, de Londres para o Rio de Janeiro ou para Petrópolis. Volto ao passado e para a minha infância aqui no Brasil. São duas Júlias, por assim dizer, que vivem vidas paralelas. Sinto entusiasmo com a possibilidade de representar isso através das minhas pinturas. Tenho obras aqui feitas há 13 anos. É fascinante voltar no tempo. Essas pinturas são muito relevantes para o meu trabalho atual, porque ainda são a Júlia.” Para explicar o seu trabalho, Julia cita uma frase do pai: “A pintura é um enquadramento de uma paisagem muito maior. Dessa forma, você pinta sempre o mesmo, mas com enquadramentos diferentes dessa mesma imagem.” É isso que ela pretende mostrar ao público, a partir de um mural com o trabalho realizado durante todos esses anos entre o Brasil e a Inglaterra. 

    Foto: Divulgação

    Questionada sobre quem a inspira, Julia conta que se inspira no pai, Luiz Aquila, que também é artista plástico. “Cresci olhando os traços dele, os da minha mãe. Picasso é outra clássica inspiração. Agora estou me inspirando muito nas formas da Casa de Petrópolis, as formas geográficas, os desenhos nos azulejos e os outros traços mais rococós.” 

    Segundo a artista, o público encontrará uma exposição lúdica e surpreendente. “Quero que os visitantes encontrem diversão, descubram uma coisa nova a cada instante e vivam uma aventura na Casa de Petrópolis. A exposição será lúdica e surpreendente. Espero que as obras possibilitem às pessoas uma nova visão da Casa e que a soma de formas, materiais e ideias, que não estão juntos normalmente, possa ser percebida em conjunto.”, comenta. 

    Antonia Dias Leite, outra artista da mostra, transita entre o mundo dos sonhos, daquilo que está escondido, e o mundo do cotidiano. “Meu interesse é propiciar um encontro entre o estranho e o familiar.”, comenta. Questionada sobre o que a inspira, Antonia conta que encontra muita inspiração na escola de fotógrafos e cineastas surrealistas, embora o seu trabalho tenha um aspecto realista e documental. “Gosto de ter a minha câmera e filmar momentos a qualquer hora. Vou colecionando muitos materiais dessa maneira, a partir de uma livre associação. Por isso que eu cito a questão dos surrealistas, porque acho que ela tem uma ligação com a psicologia. Dessa forma, as imagens estão conectadas sem a necessidade de uma explicação.”

    A abertura do evento será neste sábado, das 14h às 19h, na Casa de Petrópolis. Entrada franca.

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