• Os 20% que sustentam os 80%

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  • 26/05/2017 08:00

    “Se non è vero, è bene trovato” – uma verdade incontestável que não é inventada – de que os trabalhadores privados sustentem uma máquina administrativa capenga, ineficiente e parasitária – embora não haja regra sem exceção. Assim, é inquestionável diante da declaração de um antigo secretário do INSS de que o déficit do órgão representava somente 20% do setor privado, portanto… bato sempre na mesma tecla, até que algum intelectual “sapiente” me prove o contrário. 

    Todos sabem que o “parasitário” público tem mais “erva daninha” do que flores saudáveis, o que dá espaço para a criação da “profícua burrocracia” e sua disseminação. Em qualquer órgão público vemos abuso de ausência de funcionários além de não existir um horário de trabalho como o exigido pela CLT no setor privado. E agora vem o “intelectual” Temer e sua equipe de “estudiosos” quererem modificar as regras da CLT mas não dos “parasitas” que não estão subordinados à ela. Vêm reformular as regras da Previdência mas para o lado privado e não para o público, como sempre foi por possuírem “direitos adquiridos” mas só para o lado deles e bem proteger todas as “ervas daninhas” que adornam os jardins dos “poderosos chefões” que comandam toda essa engrenagem desdentada.

    Tomo conhecimento, agora, de uma médica dermatologista que, aprovada em primeiro lugar na prova escrita, foi reprovada na entrevista (?). Revoltado, seu noivo advogado, entrou com uma representação contra o órgão público e foi vitorioso. As consequências foram desagradáveis, mas que não interessam relatar aqui – somente para registrar como funciona essa “engrenagem desdentada” que bem representa o esquema e o caráter de nossos homens públicos de um modo geral e que, por mais surrealista que seja, são sustentados por nós que labutamos dentro das exigências legais impostas, mesmo esdrúxulas e tendenciosas. Em recente problema criado pela agência bancária, tive que recorrer à Receita Federal às 15 horas, mas não consegui pois seu atendimento era de 9 às 14 horas – talvez a única repartição que funcione nesse horário anormal.  

    Agora vem o sr. Temer, numa atitude político-bajulatória, conceder facilidades aos diversos inadimplentes da Previdência entre municípios, estados e federação, com uma benesse de escalonamento em 200 meses de seus débitos, depois de quase aprovada uma lei que massacra o setor privado. São os administrativos públicos que se auto inocentam de desregramentos para conseguir facilidades. E o curioso nesse festival é que o governador Pezão declarou em janeiro, diante das dificuldades do RJ que a arrecadação não era suficiente para honrar com a folha de pagamentos – por certo, pelo excesso de funcionários – então, não estou exagerando com a proliferação de tantas “ervas daninhas”.

    jrobertogullino@gmail,com-br

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