Operação da Polícia Civil de Itaipava e PRF apreende carros de luxo usados em rachas
Policiais civis da 106º Delegacia de Polícia (DP), em Itaipava, e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) cumpriram nesta quinta-feira (28) pela manhã mais de 20 mandados de busca e apreensão para desarticular um grupo que organiza corridas ilegais com carros de luxo. Somente um dos veículos é avaliado em quase R$ 2 milhões. Um homem foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo. A operação foi deflagrada em diversos bairros e municípios do Rio de Janeiro. As investigações tiveram início após um acidente ocorrido no último mês, quando um carro de luxo que estaria envolvido em um “racha” capotou na BR-040, próximo à Cervejaria Itaipava, em Pedro do Rio.
Na operação desta quinta-feira, os proprietários dos veículos foram surpreendidos por equipes da PRF e da 106ª DP (Itaipava), responsável pelas investigações. Foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão para captura dos veículos e equipamentos usados nas filmagens dos eventos. Os carros, importados e com motores potentes, estavam na Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Leblon, Lagoa, Flamengo, Duque de Caxias, Miguel Pereira e Petrópolis.
Foto: Divulgação/PRF
Um dos alvos foi um automóvel com valor aproximado de R$ 2 milhões. O Porsche Carrera 911 GT RS3 pertence ao dono de uma loja de veículos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O empresário já havia sido preso pela Polícia Federal em 2011, por suspeita de participação em uma quadrilha de contraventores e mafiosos israelenses. O grupo seria responsável por contrabando de pedras preciosas e importação de carros de luxo usados, prática proibida pela legislação brasileira, além de sonegação fiscal. No Brasil, existem somente nove modelos iguais ao Porsche alvo da operação.
Outro empresário, morador do Flamengo, na Zona Sul, também é dono de uma loja de automóveis e seria o encarregado de fazer modificações nos carros. O objetivo seria prepará-los para os “rachas”. Ele possui canais na internet para divulgação das corridas, de acordo com as investigações.
A PRF ressalta que as corridas ilegais em via pública colocam em risco a vida de inocentes. Os motoristas dirigem em alta velocidade, com exibição de manobras arriscadas, de forma irresponsável e desrespeitando a segurança dos demais usuários. Os participantes ainda filmam e publicam os “rachas” em canais de mídias sociais na internet.
Denúncias podem ser feitas através do telefone 191.
Investigações
Acidente com carro de luxo em Pedro do Rio deu início às investigações. Foto: Reprodução/Redes Sociais
As investigações da delegacia de Itaipava tiveram início há cerca de um mês, após uma competição automobilística não autorizada envolvendo 26 veículos ser realizada na BR 040, entre Petrópolis e Itaipava. Durante a competição, um dos autores, em alta velocidade, capotou com um veículo BMW e fugiu do local por não possuir habilitação, além de ter solicitado a remoção do carro da via antes da chegada da perícia, desfazendo a cena do acidente.
De acordo com relatos de populares, o veículo estaria em alta velocidade no momento do acidente. Imagens cedidas pela concessionária que administra a via auxiliaram na descoberta dos envolvidos.
Segundo o delegado João Valentim, titular da 106ª DP, o grupo teria se encontrado às 9h da manhã do dia da competição, em um posto de gasolina na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, e seguido em comboio até o distrito de Itaipava, em Petrópolis. Durante o trajeto, na Serra, tiveram início as disputas em alta velocidade e com realização de manobras perigosas.
Com base em ações de inteligência, diligências e análise de mais de 16 horas de filmagens, foi possível identificar o autor do capotamento e todos os veículos envolvidos na disputa. Ainda segundo o delegado, o apoio da Polícia Rodoviária Federal foi fundamental para a captura de filmagens e identificação dos autores. Durante as investigações, a unidade identificou ainda um canal em uma rede social onde os envolvidos na prática criminosa postavam vídeo das competições ilegais.
De acordo com o delegado João Valentim, as investigações prosseguem para identificar e ouvir todos os envolvidos na prática ilegal: